FC Porto com os sorrisos e a alegria típicos de um dia de festa

Os portistas golearam o Moreirense e, já com o título na mão, tiveram um jogo tranquilo. Também para o árbitro Carlos Xistra este foi um dia de festa, com o último jogo da carreira, aos 46 anos. Acabou a partida em lágrimas.

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Diaz, Marega e Corona celebram no Dragão LUSA/JOSE COELHO

Sorrisos, bons pormenores técnicos, um dos melhores golos da temporada e um grande resultado. Foi assim o “dia de festa” do FC Porto, que, já campeão nacional, recebeu e goleou o Moreirense, por 6-1, nesta segunda-feira, num jogo em que pouco mais tinham por que lutar na tabela – portuenses campeões, minhotos tranquilos a meio da classificação. Tudo antes de receber a taça de campeão, no relvado do Dragão.

Antes disso, na partida, foram vistos os sintomas habituais deste tipo de jogos. A primeira parte trouxe a trama clássica de um jogo entre equipas descomprometidas. Em jogos deste tipo, costuma sobressair algo negativo e algo positivo. No pólo negativo, a reacção à perda da bola é naturalmente menos aguerrida quando o jogo conta para pouco. No pólo positivo, porém, é habitual haver mais desenvoltura técnica, já que os jogadores, com menos pressão nas pernas, tendem a falhar menos gestos técnicos.

E isto viu-se nos golos. Aos 4’, Danilo e Otávio criaram, com muita técnica, uma grande situação de cruzamento para Alex Telles. Aqui, foi esperar que o brasileiro fizesse o que já fez 12 vezes na época e que poucos sabem como ele: cruzar com qualidade. Bola tensa e “teleguiada”, Marega arrastou os centrais para o primeiro poste e trocou as marcações ao Moreirense, deixando espaço para Luis Diaz cabecear à vontade.

A partir daqui o Moreirense teve algumas saídas em que o FC Porto deixou muito espaço atrás dos médios na transição defensiva – a tal reacção menos forte sem bola. E, aos 20’, na terceira dessas transições ofensivas, Abdu Conté pôde cruzar com algum espaço – mal o FC Porto, incapaz de “abafar” o portador da bola – e Fábio Abreu fez um golo “á ponta-de-lança”: Fingiu atacar o primeiro poste, mudou o movimento a meio do caminho e apareceu a cabecear atrás de Diogo Leite. O jovem central portista, a ver o lance de frente, poderia ter feito bastante melhor.

A seguir ao golo o Moreirense não abdicou da linha defensiva subida que levou ao Dragão. A ideia foi concentrar o bloco em poucos metros, pressionando os criativos portistas, mas o FC Porto foi inteligente na forma como saltou essa fase da construção, explorando o que tanto gosta: a profundidade. E foi por essa via que o FC Porto tentou isolar Marega, aos 24’ – remate por cima –, e aos 46’ – nova má finalização do maliano, desta feita com um grande passe de Otávio.

Na segunda parte nada mudou. Marega foi lançado aos 50’, serviu Otávio e o brasileiro, depois de falhar à primeira e à segunda, bateu Pasinato. Três minutos depois, a receita repetiu-se: desta vez foi Otávio a lançar Diaz e o colombiano, isolado, foi derrubado por Pasinato. Penálti bem batido por Telles e jogo resolvido.

É salutar a forma como o Moreirense não “estacionou o autocarro” e procurou ter uma linha defensiva subida, mas, frente à conhecida capacidade do FC Porto no ataque ao espaço, essa estratégia costuma ter um significado: derrota. E foi o que aconteceu.

Marega ainda teve tempo para falhar mais um par de golos e para bater um livre-directo. Não costuma ser o maliano a tratar deste tipo de lances, desta vez, foi. E surpreendeu toda a gente com um grande golo.

Mas o melhor ainda não tinha chegado. Aos 79’ foi desenhado aquele que vai entrar para a galeria de um dos melhores golos da temporada. A jogada começou na defesa e o FC Porto, com nove passes – um deles de calcanhar – “pintou” uma obra de arte finalizada de forma fácil por Soares, que ainda fez o 6-1, com nova assistência de Otávio.

Por fim, nota para Carlos Xistra. Houve dia de festa para o FC Porto, mas também para o árbitro da partida, que, aos 46 anos, fez o último jogo da carreira. Foram 20 épocas na I Liga por parte de um árbitro cujo nome já se confunde com a principal divisão do futebol nacional. Boa carreira do árbitro da Covilhã.

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