Cartas ao director

Urge pensar e concretizar

Os tempos conturbados que vivemos, na minha perspectiva, são uma ameaça à sobrevivência humana. Uma crise económica e social que evidencia a necessidade de um paradigma de mudança à escala planetária. É que, a bom da verdade, é urgente compreendermos que a falta de altruísmo existente ao longo de décadas tem destruído a nossa sociedade e foi efectivamente a rampa de lançamento para a situação a que chegámos. Como tal, saibamos dar as mãos para enfrentar o maior desafio das nossas vidas “o combate à descarbonização e paralelamente às assimetrias sociais e o equilíbrio ambiental”. Assim haja decisores políticos e outros agentes com uma visão de futuro e tudo será diferente.

 Manuel Vargas, Aljustrel

Heróis acidentais

Parece que os profissionais do SNS que estiveram envolvidos directamente no combate à covid-19 vão receber como recompensa um bónus monetário. Acho que os trabalhadores dos outros serviços públicos essenciais também não deviam ser esquecidos e desejava que o sector privado pudesse inspirar-se neste exemplo e recompensar os seus empregados que carregam o país, desde Março, em pleno estado de emergência, correndo sérios riscos de serem infectados. Estes heróis acidentais de que ninguém fala não fazem entubações mas conseguiram que a maior parte dos cidadãos estivesse confinado em casa sem faltar nada em sectores como medicamentos, combustíveis e supermercados. Sabemos que não é altura de dar prémios devido ao forte impacto económico da pandemia nas empresas mas pelo menos gostaríamos de ter o nosso momento “Cristina Ferreira” e recebermos um telefonema de gratidão do Presidente da República ou do patronato.

Emanuel Caetano,  Ermesinde

Dinheiros públicos

Podemos e devemos tomar as rédeas do nosso destino, apoiando-nos nos nossos direitos, sem descurar que também temos de cumprir os nossos deveres, razão pela qual o ser humano tem o dever de contribuir para uma sociedade melhor, dando o seu contributo para uma mudança que começa em cada um de nós.

Dentro dos gabinetes, aqueles que têm a responsabilidade de nos dirigir não são capazes de ter uma ideia das dificuldades porque passam muitos cidadãos, mediante a falta de qualidade dos serviços prestados, ou a inexistência de equipamentos que garantam o bem-estar dos mesmos, como é o caso do terminal de autocarros de Sines, onde os passageiros não tenham de estar à chuva e ao frio enquanto esperam o seu transporte.

O que é de estranhar é que enquanto Sines cresce em termos industriais, em termos habitacionais, em unidades hoteleiras, vai-se dotando a cidade com equipamentos que são vandalizados e cujo investimento acarreta mais custos do que benefícios, como é o caso do elevador panorâmico cuja avaria prolongada vai potenciar maior degradação e aumento de custos na sua reparação.

Uma cidade funcional é uma cidade onde se pensa no bem-estar das pessoas, não apenas ao nível do emprego, mas onde a resposta aos problemas das mesmas se traduz na prática e não apenas na teoria e onde importa a eleição de prioridades em investimentos onde estão em causa dinheiros públicos.     

Américo Lourenço, Sines

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