Futuro Centro de Congressos de Vila Nova de Gaia será desenhado por Souto de Moura

O equipamento, que vai começar a ser construído no primeiro trimestre de 2021, prevê a construção de um hotel com 250 quartos e de um complexo residencial com 300 apartamentos.

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O arquitecto Eduardo Souto de Moura no seu atelier em 2018 ADRIANO MIRANDA

O futuro Centro de Congressos de Vila Nova de Gaia será desenhado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura e a obra deverá começar no primeiro trimestre de 2021, revelou na segunda-feira o presidente da câmara local, Eduardo Vítor Rodrigues.

Em causa está um equipamento a edificar na zona de General Torres, no centro deste concelho do distrito do Porto, cujo modelo de execução implica que a câmara permita ao promotor privado construir e gerir uma zona residencial, um hotel e uma zona de comércio.

O modelo de execução do futuro Centro de Congressos de Gaia, um investimento que será assegurado por privados, foi aprovado pela maioria PS em Maio com os votos contra do PSD e recentemente foi tornado público que a obra será levada a cabo pelo grupo de capitais israelitas Fortera.

Na segunda-feira, à margem de uma reunião camarária, em declarações aos jornalistas, convidado a fazer um ponto de situação sobre este projecto, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia revelou que o desenho do projecto está entregue ao arquitecto Souto de Moura, que em 2011 recebeu o Prémo Pritzker de Arquitectura, a distinção internacional mais importante da profissão.

“Num concelho próximo das melhores escolas de arquitectura do país, impõem-se projectos com uma assinatura desta chancela. Isto demonstra a seriedade que estamos a imprimir a todo este projecto. Gaia passa a fazer parte do portfólio de um arquitecto como é Souto de Moura”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca estima que o Centro de Congressos comece a ser construído no primeiro trimestre de 2021.

Em Maio, Eduardo Vítor Rodrigues reafirmou o que considera serem “contrapartidas positivas” de um negócio já criticado pela oposição várias vezes.

“Constroem o Centro de Congressos de Gaia de graça, a câmara vai geri-lo e ao fim de 25 anos é da autarquia”, descreveu o presidente da câmara.

Hoje, o autarca apontou que a construção do Centro de Congressos de Vila Nova de Gaia terá um investimento privado a rondar os 12 a 15 milhões de euros.

Já em Maio de 2019, após a assinatura do protocolo com o consórcio Skyline, constituído pela Fortera Properties, a Issta Portugal e a Attic, o autarca argumentou que o equipamento com espaço para 2500 congressistas fica “a dois minutos a pé do metro”, repetindo a ideia de que o centro de congressos “reverte” para a autarquia ao fim de 25 anos, podendo esta “optar por geri-lo” ou por nova concessão.

O Jornal de Negócios revelou, recentemente, que a Fortera chama ao projeto em Gaia Skyline e que este está orçado em 80 milhões de euros, sendo formado por um hotel com mais de 250 quartos, um complexo residencial com mais de 300 apartamentos e um centro de congressos.

Sobre o modelo de negócio deste equipamento, em Outubro de 2018, Eduardo Vítor Rodrigues revelou, à Lusa, que a câmara vai recorrer a uma perequação urbanística, ou seja, vai distribuir da capacidade construtiva do terreno e introduzir na licença de construção a exigência de que seja ali construído o Centro de Congressos, isto ao lado dos equipamentos de exploração citados, o hotel e o complexo de habitações.

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