Covid-19: Politécnico da Guarda suspende exames presenciais devido a estudantes infectados

Segundo as informações transmitidas ao Politécnico da Guarda, uma parte dos contágios terá ocorrido em “festas covid” realizadas na Guarda, “à semelhança do que terá ocorrido noutras cidades com estabelecimentos de ensino superior”.

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Andre Rodrigues

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) decidiu suspender os exames presenciais nas suas instalações, transferindo-os para as plataformas digitais, após ter conhecimento da existência de estudantes infectados com covid-19.

“A decisão deve-se às informações transmitidas, sábado à noite, pela Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de que há estudantes do IPG que testaram positivo à covid-19, tendo oito ficado internados no hospital por não terem nos respectivos alojamentos condições para estarem em isolamento durante o período de quarentena”, refere o IPG, em comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo a nota, os estudantes foram infectados fora das instalações: “Segundo as informações transmitidas ao IPG, uma parte dos contágios terá ocorrido em “festas covid” realizadas na Guarda, à semelhança do que terá ocorrido noutras cidades com estabelecimentos de ensino superior. Nessas festas o convívio dos jovens terá decorrido sem cumprir as recomendações das autoridades de saúde”.

“Apesar de não termos nenhuma evidência de qualquer contágio ocorrido dentro das instalações do IPG, o súbito aparecimento de estudantes que testaram positivo obriga-nos a mudar os planos feitos de acordo com as directivas do Ministério do Ensino Superior, suspendendo os exames presenciais e passando-os a “online"”, afirma Joaquim Brigas, presidente do IPG.

O responsável, citado no comunicado, acrescenta que “embora o protocolo de detecção, higiene e segurança” que está em prática nos edifícios das diferentes escolas do IPG “seja muito rigoroso”, a instituição não pode “correr riscos que coloquem em causa a saúde de outros estudantes, de professores ou de funcionários”.

“É uma pena que os estudantes não sejam avaliados nas condições ideais, mas o valor da saúde tem de prevalecer”, afirma Joaquim Brigas.

O presidente do IPG apela “com veemência a todos os alunos” para que “mantenham fora do IPG os mesmos cuidados e as mesmas regras que observam dentro dele”.

“Peço-lhes que não coloquem em causa a sua saúde, nem a saúde de quem lhes é próximo. E apelo a que não desperdicem, com comportamentos que desrespeitam os cuidados sanitários, a expectativa e o esforço que as suas famílias estão a fazer para que possam frequentar o ensino superior”, afirma.

Para o caso de alguns estudantes terem problemas com os seus equipamentos informáticos durante o período dos exames “online”, o IPG adianta que irá disponibilizar salas de informática para que possam realizar as provas nas plataformas digitais.

“Nestas salas as condições de higiene e de segurança serão tão ou mais rigorosas do que aquelas que já estavam a ser adoptadas nos outros espaços”, refere Joaquim Brigas.

O IPG lembra, ainda, que “todos os exames presenciais feitos até agora tiveram um protocolo rigoroso de regras de higiene e segurança”.

“Em primeiro lugar, era sempre medida a temperatura dos estudantes à entrada. Os alunos entravam separadamente nos espaços, as cadeiras estavam a uma distância segura umas das outras, as salas foram sempre higienizadas antes e depois das actividades. Paralelamente, era disponibilizado álcool aos alunos, quer para lavar as mãos, quer para higienizarem os objectos com que lidavam nos espaços do IPG”, explica a nota.

Portugal contabiliza pelo menos 1.605 mortos associados à covid-19 em 43.569 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim da Direcção-Geral da Saúde.

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