Só 185 pessoas é que vão poder aceder aos estádios em dias de jogo

Documento esclarece e detalha quem pode estar onde antes, durante e no final de cada partida da I Liga.

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Já são conhecidas as regras para o regresso do futebol a Portugal LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

O plano de retoma progressiva da competição da Liga Portuguesa de Futebol, agendado para 4 de Junho, prevê um máximo de 185 pessoas nos estádios durante os jogos e um espaço para a monitorização da temperatura corporal para o acesso à zona técnica.

Segundo a última actualização do plano de acção de retoma progressiva da competição da Liga, apenas poderão aceder ao relvado e às áreas com ligação ao terreno de jogo até 125 pessoas, embora nem todas se possam cruzar.

Na zona técnica poderão estar um máximo de até 85 pessoas, com elementos como jogadores, “staff” técnico, equipa de arbitragem, delegados da Liga, segurança pública ou privada, médico antidoping ou ainda o técnico do videoárbitro.

Antes, ao intervalo e depois da partida terão acesso ao relvado os técnicos afectos à publicidade ou transmissão televisiva ou técnico do relvado, até um limite de 15 pessoas,.

Já a zona externa ao relvado estará reservada a apanha bolas, jornalistas de pista e fotojornalistas, operadores de câmara e também elementos de segurança, até um máximo de 25 pessoas.

As outras áreas sem acesso ao relvado, que terão lotação máxima de 60 pessoas, estão reservadas a órgão de comunicação social, estatísticas ou relacionados com a transmissão televisiva, órgãos sociais dos clubes e forças de segurança.

Isolamento social para os jogadores

No que diz respeito aos jogadores, eles terão que ficar em isolamento social fora do período de treinos e jogos e a assinatura de um compromisso de honra.

“Aos jogadores/’staff’ próximos ao jogador deve ser dada a indicação clara de se manterem em casa fora do período dos treinos, devendo ser suspensa a participação em eventos sociais ou presença em locais com elevado número de pessoas”, refere a última actualização do documento.

Anexo está ainda um formulário para preenchimento por parte dos agentes desportivos, intitulado ‘compromisso de honra’ face “às medidas preventivas de segurança e higiene definidas pelas entidades competentes”.

No ‘compromisso de honra’ os agentes desportivos assumem o garante do “cumprimento da contenção social”, como o confinamento domiciliário, a limitação dos contactos sociais ao agregado familiar até ao final da competição ou a autorização da monitorização das actividades de treino e jogo por GPS ou dados dos testes realizados.

Os agentes desportivos comprometem-se ainda a informar os clubes em caso de “eventuais contactos” com pessoas suspeitas de infecção ou em caso de estes, ou alguém do agregado familiar, sentirem sintomas.

Calendário de retoma

O documento junta ainda um calendário de retoma, que prevê nas primeiras duas semanas treinos isolados, que se encontram já a decorrer, e treinos de grupo na terceira e quarta semana, que deverá ter início dia 18 de Maio.

Entre a quinta e a 13.ª semana do calendário de retoma há semanas com jornadas duplas previstas, à quarta-feira e ao fim de semana. A última semana (13.ª) deste calendário tem prevista a realização da final da Taça de Portugal entre Benfica e FC Porto.

Cada clube deve definir os elementos do ‘staff’ que são “indispensáveis a circularem próximos dos jogadores”, que são designados ‘staff próximo dos jogadores’, não sendo permitido a outros elementos circularem ou contactarem directamente com os jogadores ou ‘staff’.

Entre outras medidas para evitar risco de contágio pode ler-se a suspensão “do cumprimento físico entre jogadores/’staff’ e outros elementos”, das refeições conjuntas ou dos banhos, sauna, ou banho turco nas instalações dos clubes.

O plano da Liga refere ainda a “organização de formações para todos os jogadores e ‘staff’” das sociedades desportivas de forma a “compreenderem melhor as medidas implementadas”.

Em caso de um jogador testar positivo, o plano prevê que “todos os contactos do jogador devem ser testados”.

Polícia no exterior do estádio para “dissuadir ajuntamentos"

O plano elaborado pela Liga determina que os clubes são responsáveis pela higienização de todos os espaços nos termos previstos pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), “podendo ser centralizada a garantia de empresa de limpeza e desinfecção”.

Mantendo-se a obrigatoriedade de requisição de policiamento, o documento explica que no interior do estádio estará o “mínimo necessário” de elementos.

As forças de segurança devem estar também no perímetro exterior “de forma a dissuadir ajuntamento de adeptos”.

Como “possíveis necessidades”, o plano refere a aquisição de termómetros de medição rápida e precisa, por infravermelhos e oxímetros ou de máscaras cirúrgicas suficientes para jogadores, staff e outros elementos dos clubes.

O documento esclarece ainda que “a realização de testes em cada jornada deverá ser reavaliada mediante a evolução do quadro epidemiológico” e ainda com o “enquadramento dos mesmos face ao calendário competitivo”.

O documento alerta, nas conclusões, que “não existem recomendações ou procedimentos de actuação para covid-19 validados cientificamente, nem mesmo casos prévios” que permitam guiar os responsáveis pela elaboração do plano.

O documento foi elaborado pelos médicos das sociedades desportivas participantes na I Liga e na II Liga, em articulação com diversos especialistas na área da infecciologia, pneumologia, medicina interna, saúde pública e cardiologia desportiva, a Associação Nacional de Médicos de Futebol, os consultores da Liga Portugal, Professor Filipe Froes e Dr. António Diniz e especialistas da Federação Portuguesa de Futebol.

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