Poluição do Douro regressou a níveis de 1985 e até banhos já se podem tomar

Níveis de poluição já não eram tão baixos há 35 anos. Hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá e equipa do ICBAS estão a estudar os efeitos da epidemia no rio e já descobriram sinais do vírus SAR-CoV-2 no esgoto bruto: resta saber se está vivo. Resultados do Douro podem espelhar realidade nacional. E se a análise do esgoto ajudar a prever uma segunda vaga da doença?

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Os esgotos brutos dos municípios ribeirinhos do estuário do Douro, Porto, Gaia e Gondomar, apresentam sinais de informação genética do SAR-CoV-2. O hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, estudioso do Douro há 35 anos, não sabe ainda se o vírus está ou não vivo. Mas acredita que o estudo dos esgotos “pode ajudar a prever segunda vaga de epidemia de covid-19”. No laboratório de Hidrobiologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (IBCAS), as últimas semanas têm sabor agridoce. Se a presença do vírus pode ser um alerta, a análise da qualidade da água trouxe “notícias fantásticas”: a contaminação fecal no Douro baixou e ir a banhos deixou “tendencialmente” de ser problema. Pelo menos para já. Esta é uma conversa sobre a maior bacia hidrográfica da Península Ibérica, os erros repetidos, o lado negro do turismo, a medicina centrada nos humanos e a “hipocrisia” da vacina como solução universal: “Não haverá nunca capacidade para produzir oito mil milhões de doses. As disponíveis serão prioritariamente para quem? Políticos? Pessoal de saúde? Ou os mais ricos?” 

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Os esgotos brutos dos municípios ribeirinhos do estuário do Douro, Porto, Gaia e Gondomar, apresentam sinais de informação genética do SAR-CoV-2. O hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, estudioso do Douro há 35 anos, não sabe ainda se o vírus está ou não vivo. Mas acredita que o estudo dos esgotos “pode ajudar a prever segunda vaga de epidemia de covid-19”. No laboratório de Hidrobiologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (IBCAS), as últimas semanas têm sabor agridoce. Se a presença do vírus pode ser um alerta, a análise da qualidade da água trouxe “notícias fantásticas”: a contaminação fecal no Douro baixou e ir a banhos deixou “tendencialmente” de ser problema. Pelo menos para já. Esta é uma conversa sobre a maior bacia hidrográfica da Península Ibérica, os erros repetidos, o lado negro do turismo, a medicina centrada nos humanos e a “hipocrisia” da vacina como solução universal: “Não haverá nunca capacidade para produzir oito mil milhões de doses. As disponíveis serão prioritariamente para quem? Políticos? Pessoal de saúde? Ou os mais ricos?”