Médicos russos críticos da resposta à pandemia caíram de janelas abaixo
Não é a primeira vez que profissionais de saúde que se queixam de falta de condições caem de prédios abaixo. Dois médicos morreram.
Três médicos russos que se tinham queixado de falta de material para combater o coronavírus, e tinham sido críticos da resposta da Rússia à pandemia, caíram de janelas de prédios. Dois morreram e um está em estado crítico.
As duas mortes foram consideradas suicídios pelas autoridades de Saúde. Os casos aconteceram no final de Abril.
Segundo o jornal New York Times, não é a primeira vez que médicos russos caem de janelas abaixo. Estes casos ocorreram depois de a polícia ter tentado silenciar profissionais de saúde críticos quanto à resposta do Governo à pandemia da covid-19.
Uma das vítimas era Elena Nepomniashchaya, médica num hospital na Sibéria. Caiu de uma janela abaixo no dia 26 de Abril e morreu seis dias depois. Nepomniashchaya tinha feito declarações à TBK (um media regional), queixando-se de falta de equipamento de protecção.
Dois dias antes, a chefe de um serviço de ambulâncias no centro cosmonauta russo, Natalia Lebedeva, morreu após cair da janela do hospital onde estava a ser tratada à covid-19. As autoridades classificaram a queda como um acidente e o jornal Moskovsky Komsomolets disse que Lebedeva se matara depois de pressionada por colegas, que a acusaram de espalhar o vírus nas instalações do programa espacial russo.
O homem em estado grave é Aleksandr Shulepov, médico num serviço de ambulâncias no Sul de Moscovo e o único que voltou atrás nas suas declarações.
Shulepov publicou vídeos nas redes sociais queixando-se de falta de equipamento e de ser obrigado a trabalhar, mesmo depois de ter tido um teste positivo para a covid-19. A polícia avisou o médico de que seria constituído arguido num processo de disseminação de informação falsa e Shulepov retirou as declarações.
Aleksandr Shulepov caiu no sábado da janela do hospital onde estava a ser tratado para a covid-19. Encontra-se em estado crítico.