Costa visitou produção contra o covid-19

CEIIA de Matosinhos última protótipo de ventilador que será colocado à indústria com capacidade de produzir dez mil unidades.

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Costa na visita ao CITEVE LUSA/HUGO DELGADO

Durante esta sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, visitou dois centros tecnológicos que estão a mudar a sua produção para ajudar ao combate ao novo coronavírus. “A Europa vai ter de reinventar a sua organização produtiva, porque não vai poder voltar a correr o risco de ficar neste quadro de disrupção”, disse durante a visita, em Famalicão, ao Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário (CITEVE).

O CITEVE está a criar um manual de instruções para as empresas que trocaram as suas produções habituais pelo fabrico de equipamentos de protecção individual ao novo coronavírus, como toucas, máscaras e botas, material cuja produção estava concentrada nalguns países em número que não respondeu às necessidades da pandemia.

“A hiper centralização global da produção de um conjunto de produtos e matérias-primas é dramática”, considerou Costa que, minutos antes, tinha revelado a chegada, na manhã desta sexta-feira, de material comprado à China. Foram quatro milhões de máscaras e centenas de milhares de equipamentos de protecção individual que chegaram ao aeroporto Francisco Sá Carneiro a bordo de um aparelho da Ethiopian Airlines.

Trata-se de uma reserva que dura para uma semana, o que levou o primeiro-ministro a uma reflexão. “A Europa vai ter de reorganizar a sua organização produtiva para assegurar uma cadeia de fornecimento mais curta, mais próxima e mais segura”, considerou.

O ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, que acompanhou António Costa na visita, fez um balanço optimista das iniciativas do CITEVE. “Temos a expectativa de que muito rapidamente as nossas empresas do sector têxtil e vestuário estão a responder às necessidades do país naqueles equipamentos”, disse. “O Estado espera comprar às empresas nacionais”, anteviu.

Segundo Braz Costa, responsável do CITEVE, a produção nacional dos bens de protecção individual deve arrancar já na próxima semana. “Tem de ser uma produção cada vez mais profissional,” afirmou. Para que os equipamentos de protecção não se constituam um perigo para a saúde de quem os utiliza.

Braz Costa admitiu que pode estar a nascer uma nova fileira de produção para as empresas nacionais do seu sector. “Portugal pode ser o país melhor colocado para o desenvolvimento do conceito de moda de protecção individual”, alvitrou.

No Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA), de Matosinhos, ao primeiro-ministro foi apresentado um projecto que abre uma nova linha de actividade no centro de projectos de aeronáutica e de mobilidade.

Em colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade do Minho, beneficiando dos conhecimentos de engenharia que possui e de materiais com que habitualmente trabalha, o CEIA desenhou em 15 dias um protótipo de ventilador.

Até final de Abril, explicou José Rui Felizardo, do CEIIA, serão fabricadas 100 unidades da primeira versão, no fim de Maio serão 400 e, a partir de então, a produção será descentralizada para a indústria nacional com uma estimativa de 10 mil ventiladores.

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