Susana Santos Silva: uma trompetista sempre em fuga

Lança The Ocean Inside a Stone, álbum espantoso, cheio de revelações e que não se deixa fixar. Confirma a trompetista como uma das figuras europeias do jazz e da música contemprânea. Início fulgurante de um ano em que tocará ao lado de Anthony Braxton.

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Aloísio_Brito

É noite de sexta-feira, a plateia está cheia e suspensa na escuta de uma big band de 12 elementos que, em palco, vai encadeando temas que desafiam com invenção o habitual reportório deste tipo de formações. O concerto desliza sem atropelos, com suficientes momentos de chispa criativa a soltar-se dos solos com que os músicos, como é habitual neste tipo de formações, reclamam o calor das luzes e aproveitam para furar o som colectivo e se expressar de forma mais livre. O público aplaude cada intervenção com entusiasmo, mas há algo de especialmente desconcertante quando o grupo dá descanso à partitura e Susana Santos Silva protagoniza o seu solo de trompete. O Coreto Porta-Jazz, no Teatro Rivoli, interpreta uma composição do companheiro da trompetista, o músico sueco Torbjörn Zetterberg, e embora a base do tema continue a servir de tapete àquilo que acontece em palco, a sensação é a de que, devido a uma qualquer interferência ou curto-circuito musical, o jogo mudou e passámos, por momentos, para uma outra dimensão.

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