No Sauvage as cozinhas do mundo temperam-se com os sabores portugueses

Este restaurante de Lisboa quer dar-nos a provar pratos de todas as proveniências. E tem propostas para contrariar o “formalismo” do conceito de fine dining.

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Na porta número nove da Avenida António Serpa, em Lisboa, cabem quase todos os sabores do mundo. É aqui que fica o Sauvage, restaurante que abriu em 2019, dedicado à gastronomia internacional e sem esquecer, claro, Portugal.

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Na porta número nove da Avenida António Serpa, em Lisboa, cabem quase todos os sabores do mundo. É aqui que fica o Sauvage, restaurante que abriu em 2019, dedicado à gastronomia internacional e sem esquecer, claro, Portugal.

O ambiente é o de uma selva. Nas paredes estão desenhados macacos a balançar nas suas iguanas, tigres, serpentes e aves exóticas. Nesta selva manda o chef Ricardo Gonçalves, que apresenta agora a nova carta do Sauvage para contrariar “a crença que o conceito fine dining apenas se pode encontrar no formalismo dos restaurantes mais tradicionais”, como se apresentava o jantar em que fomos pôr à prova esta nova aposta.

Na entrada do restaurante, inaugurado em Maio do ano passado pelos sócios António Carrilho e Rui Jacomé, destaca-se o bar com um serviço renovado pelo consultor João Sancheira. Para aperitivo, o barman sugere o cocktail Viper Eyes (7 euros), um Martini com limão e hibiscos. Na mesa estão à espera Camarões panados com molho sweet chili (9,5 euros).

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DR

A carta de entradas do Sauvage é extensa e recomenda-se a partilha. Tártaro de salmão com puré de abacate e chutney de manga (12 euros) e Bao de pato (9,5 euros) são duas das opções que provámos. A grande diferença deste Bao de pato para os convencionais, explica o chef Ricardo Gonçalves, é que o pão é grelhado.

Em jeito de entrada ou de petisco, as saladas e massas também são ideais para partilhar. O poké de atum (12 euros) é uma explosão diferente de sabores “exóticos”. “Do Hawai [com o poké de atum] vamos para a Grécia”, diz o chef do Sauvage, enquanto nos apresenta uma salada de queijo feta e agrião (10,5 euros), o bolo do caco torrado com tomate adiciona um toque português ao prato, além de alguma cor.

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Poké de atum DR

Dentro uma caixa de papel take-away que faz, propositadamente, lembrar o “street food da Tailândia”, o chef Ricardo Gonçalves apresenta-nos um pad thai de vegetais (12,5 euros), que também pode ser pedido com frango (13,5 euros) ou camarão (14,5 euros).

Sabores portugueses nos principais

Na carta, junto a cada prato principal, está uma sugestão de pairing com o objectivo de “tornar a escolha do vinho mais intuitiva e acessível”, referiam em nota de imprensa. Optamos pelos cocktails sugeridos para harmonizar com a refeição: o Mico (8,5 euros), um Bacardi com abacaxi, hortelã e limão, e o King Kong (9 euros), uma combinação de tequila com yuzu, sumo de limão e laranja.

Neste momento, o rei da selva é o camarão tigre (17,5 euros), que vem acompanhado de um massoto: no caso,  “massa pevide trabalhada como se fosse um risoto” com tinta de choco, queijo parmesão e raspa de lima, como detalha o chef Ricardo Gonçalves.

Nos pratos principais, a inspiração é sobretudo portuguesa: empada de novilho com molho de estufado e batata-doce assada (15 euros) e bochechas de porco preto estufadas com puré de ervilhas, crispy bacon e ovo escalfado (14,5 euros) – uma reinvenção de um clássico da cozinha portuguesa.

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Camarão tigre com "massoto" DR

Para as sobremesas, o chef reinventou clássicos com o pudim abade de priscos (5 euros) - a quem juntou lemon curd e gelado – ou a panna cotta italiana (4,2 euros), que aqui é de chocolate branco com culi de frutos vermelhos e laranja caramelizada.

Terminada a refeição, a sugestão é um digestivo que só os mais “selvagens” conseguem aguentar: o Ocelote (10 euros), um cognac com notas de canela.

Durante a semana, o chef propõe o menu de almoço (10 euros) que inclui a sugestão do dia, bebida e café. O menu executivo (15 euros) é igual ao de almoço, mas inclui ainda vinho e sopa ou sobremesa.

Texto editado por Luís. J. Santos