Estudantes de Letras da Universidade do Porto querem cozinha em residência

A residência universitária José Novais Barbosa, no Porto, não tem cozinha — o que obriga os alunos a usarem os micro-ondas ou a comerem sempre na cantina ou nos restaurantes da zona.

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Imagem da residência Alberto Amaral, também para estudantes da UP. Nelson Garrido

A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (AEFLUP) defende a construção de uma cozinha para os alunos da residência universitária José Novais Barbosa, num edifício independente, mas a instituição diz não haver “hipóteses”. Numa nota publicada na sua página oficial, a direcção da AEFLUP refere que os alunos a viverem nesta residência não têm acesso a uma cozinha para confeccionarem as suas refeições, vendo-se “obrigados” a recorrer à cantina, cuja “qualidade da oferta não acompanha o aumento anual dos preços”.

Além da cantina, as outras hipóteses passam por utilizarem os micro-ondas — que, devido ao elevado uso, sofrem um desgaste acelerado — para refeições de “fraca qualidade nutricional” ou irem a restaurantes nas imediações, “sujeitando-se” aos preços lá praticados, adianta.

“Mesmo que os estudantes disponham de equipamentos que lhes permitam cozinhar na residência, as instalações eléctricas do edifício não suportam o seu funcionamento. Além disso, segundo o artigo 15.º do Regulamento das Residências Universitárias dos SASUP é “proibida a confecção de refeições nas residências que não possuem cozinha e equipamentos apropriados para esse efeito”, o que impossibilita este tipo de alternativas”, sustenta.

A associação de estudantes esclarece que, no passado, lhes foi dito que é impossível instalar uma cozinha na residência universitária, concebida apenas para os alunos dormirem, devido aos “elevados custos” que uma intervenção dessas implica. Por esse motivo, e como alternativa, a AEFLUP propõe a construção de uma cozinha, mas num edifício independente do actual.

Além disso, a associação defende a criação, num curto prazo, de uma tarifa especial de preço reduzido na cantina de Letras para os residentes nesta residência. Em resposta à Lusa, a Universidade do Porto garantiu que “não há hipótese” de instalar cozinhas na residência “sem mudanças significativas na estrutura do edifício e, principalmente, sem reduzir o número de quartos disponíveis, o que nesta altura é precisamente o contrário do que é desejável”.

“A inexistência de cozinhas nesta residência não é, aliás, fruto do acaso: tratou-se de uma decisão que teve em conta a maximização do número de quartos a disponibilizar e o facto de no rés-do-chão desse mesmo edifício funcionar uma cantina também gerida pelos SASUP [Serviços de Acção Social da Universidade do Porto] que serve almoços e jantares a preços sociais (2,7 euros por refeição para todos os estudantes), durante os sete dias da semana.”

A instituição adianta que este preço é tabelado pelo Estado para todas as cantinas do ensino superior, pelo que será difícil estabelecer outro valor em específico para os residentes daquela cantina.

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