Deputada do Bangladesh contrata oito sósias para realizarem os exames da faculdade

A deputada foi expulsa da universidade e não poderá voltar a matricular-se. O caso foi revelado pelo canal Nagorik TV, cujos repórteres se infiltraram numa sala de exame no sábado, abordando a pessoa que se fazia passar por Tamanna Nusrat.

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A deputada Tamanna Nusrat Nagorik TV

Uma deputada do Bangladesh, Tamanna Nusrat, foi expulsa da faculdade depois de ter alegadamente contratado oito sósias para realizarem os exames universitários por ela.

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Uma deputada do Bangladesh, Tamanna Nusrat, foi expulsa da faculdade depois de ter alegadamente contratado oito sósias para realizarem os exames universitários por ela.

Tamanna Nusrat, do partido no poder, a Liga Awami, é acusada de ter recorrido a duplas em pelo menos 13 exames. A deputada pagava uma determinada quantia (o valor não foi detalhado) às várias mulheres para estas se fazerem passar por ela durante as provas.

O caso foi revelado pelo canal Nagorik TV, cujos repórteres se infiltraram numa sala de exame no sábado, abordando a pessoa que se fazia passar por Tamanna Nusrat. O vídeo foi depois divulgado pelo canal de televisão e tornou-se viral, segundo o diário britânico Guardian.

A deputada Tamanna Nusrat, eleita no ano passado, estava a tirar a licenciatura em artes na Universidade Aberta de Bangladesh (Bangladesh Open University – BOU).

“Ela foi expulsa porque cometeu um crime. Um crime é um crime”, afirmou o vice-reitor da instituição, MA Mannan. “Cancelámos a sua matrícula. Ela nunca poderá voltar a inscrever-se aqui”, acrescentou citado pelo Guardian.

Um funcionário da universidade explicou ainda que os estudantes em causa estavam sob protecção dos deputados e que “toda a gente sabia, mas ninguém pronunciou uma palavra porque Nusrat pertence a uma família muito influente”. Tamanna Nusrat é viúva de Lokman Hossain, antigo mayor do distrito de Narsingdi que foi morto num tiroteio em 2011.

MA Mannan garantiu, de acordo com a BBC, que um comité está agora a analisar se serão instauradas acções judiciais contra a deputada, as suas sósias ou contra as autoridades universitárias.

As fraudes e fugas de informação durante os exames são comuns no Bangladesh, acrescenta o Guardian, o que faz com que as autoridades sejam frequentemente obrigadas a anular os resultados.

O Parlamento do Bangladesh tem 350 lugares, incluindo 50 reservados para mulheres e distribuídos de forma proporcional. Em Dezembro de 2018, a oposição ao partido da primeira-ministra Sheikh Hasina Wazed exigiu a repetição das eleições, marcadas por inúmeros episódios de violência e queixas de fraude eleitoral. No entanto, a Comissão Eleitoral do Bangladesh rejeitou a repetição.