“Os pais estão constantemente ao telemóvel e as crianças estão a aprender com eles”

Apesar de a investigadora norte-americana ter dedicado a sua carreira ao estudo das crianças e dos media, Dafna Lemish alerta para as mudanças que se fazem sentir entre os adultos e a sua relação com as tecnologias de comunicação.

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Nuno Ferreira Santos

Dafna Lemish dedicou a sua carreira académica ao estudo das crianças e os media, mas, talvez tanto como o que já se conhece sobre a relação dos mais novos com a tecnologia e a comunicação, inquietam-na os ângulos mortos da investigação: “Estão-nos a escapar muitas crianças que não são de classe média.” Esta professora da Universidade de Rutgers esteve em Portugal no final de Setembro para partilhar experiências e impressões com investigadoras portuguesas, num campo académico que cruza disciplinas desde a psicologia à educação, passando pelas tecnologias da informação e estudos de comunicação. Num mundo cada vez mais digital, preocupa-a que não se esteja a estudar mais esta evolução na vida das “crianças invisíveis”: meninos e meninas pobres, refugiadas, imigrantes, crianças com deficiência ou que vivem em países em desenvolvimento. “Claro que vai havendo pequenos núcleos de pesquisa, mas a maior parte do que sabemos é sobre crianças de classe média em países industrializados”, diz a fundadora do Journal of Children and Media, que dirigiu até 2018.

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Dafna Lemish dedicou a sua carreira académica ao estudo das crianças e os media, mas, talvez tanto como o que já se conhece sobre a relação dos mais novos com a tecnologia e a comunicação, inquietam-na os ângulos mortos da investigação: “Estão-nos a escapar muitas crianças que não são de classe média.” Esta professora da Universidade de Rutgers esteve em Portugal no final de Setembro para partilhar experiências e impressões com investigadoras portuguesas, num campo académico que cruza disciplinas desde a psicologia à educação, passando pelas tecnologias da informação e estudos de comunicação. Num mundo cada vez mais digital, preocupa-a que não se esteja a estudar mais esta evolução na vida das “crianças invisíveis”: meninos e meninas pobres, refugiadas, imigrantes, crianças com deficiência ou que vivem em países em desenvolvimento. “Claro que vai havendo pequenos núcleos de pesquisa, mas a maior parte do que sabemos é sobre crianças de classe média em países industrializados”, diz a fundadora do Journal of Children and Media, que dirigiu até 2018.