Ronaldo foi ouvido na PJ no âmbito da investigação a Rui Pinto

Futebolista falou com as autoridades na qualidade de testemunha e de vítima.

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Devido ao Football Leaks, Ronaldo foi investigado por fraudes fiscais em Espanha e condenado a pagar 16,7 milhões de euros Reuters/MASSIMO PINCA

Cristiano Ronaldo foi ouvido na sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, no âmbito da investigação ao hacker Rui Pinto, na qualidade de testemunha e de vítima, no início de Junho, escreve o Diário de Notícias.

Rui Pinto, jovem português que denunciou alegados esquemas de evasão fiscal no futebol cometidos em vários países – revelados através de uma plataforma electrónica conhecida como Football Leaksestá detido desde Março sob suspeita de tentativa de extorsão, acesso ilegítimo, violação de segredo e ofensa à pessoa colectiva, crimes relacionados com o Fundo de Investiments Doyen Sports.

Segundo o Diário de Notícias, a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, que conduz esta investigação, terá aproveitado a passagem de Cristiano Ronaldo por Portugal para participar na Liga das Nações para o ouvir em Lisboa.

A investigação a Rui Pinto tem também incluído audições com outras vítimas: os responsáveis do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), escritórios de advogados estrangeiros e nacionais, como a sociedade PLMJ (defendeu o Benfica no caso e-Toupeira), e a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.

O Diário de Notícias avança ainda que o juiz não aceitou o pedido do Ministério Público de que o processo fosse considerado de especial complexidade e que fosse alargado o prazo da investigação em seis meses para permitir a recolha de mais provas.

Através da plataforma electrónica Football Leaks, o hacker começou a divulgar, em 2015, milhares de documentos confidenciais de contratos e transferências do mundo do futebol, que davam conta de esquemas de evasão fiscal. Vários documentos partilhados pelo Football Leaks chegariam mesmo a originar investigações internacionais. Cristiano Ronaldo e Jorge Mendes foram investigados por suspeitas de fuga ao fisco espanhol. O jogador português teria alegadamente desviado 150 milhões para um paraíso fiscal, com o objectivo de fugir ao pagamento de direitos de imagem. Ronaldo foi investigado em Espanha e condenado a pagar 16,7 milhões de euros.

Foi também Rui Pinto quem teve acesso ao acordo extrajudicial entre Ronaldo e Kathryn Mayorga, no qual a norte-americana – que apresentou queixa de violação contra o futebolista – estava obrigada a manter-se em silêncio sobre os alegados acontecimentos e proibida de nomear o jogador português no âmbito neste caso, em troca de 375 mil dólares (cerca de 323 mil euros).

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