Michael Herr: a respiração da guerra

O que faz alguém querer ser enviado para uma guerra? A pergunta é um ponto de partida possível para um livro sobre o quotidiano da guerra do Vietname, por um jornalista que quis ser correspondente. Despachos foi publicado originalmente em 1977 nos Estados Unidos e mais de 40 anos depois tem a primeira edição em Portugal, pela Antígona.

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Jornalista, crítico de cinema, argumentista, Michael Herr tinha 27 anos quando pediu para ser enviado para o cenário daquilo a que os vietnamitas chamam a Guerra Americana

Este é o meu filme, disse mais ou menos assim Michael Herr (1930-2016) no livro onde relata a sua passagem de ano e meio pela guerra do Vietname enquanto correspondente da Esquire. Dessa guerra, cada um dos que lá passaram e sobreviveram fez o seu filme muito pessoal, mas poucos concentram a complexidade, as interpelações, a clareza de linguagem, o humor, o instinto de observação e de sobrevivência, a habilidade de contar uma história que faz deste “filme” um testemunho dos mais brilhantes jamais escritos sobre guerra, um documento intemporal acerca do incómodo de sermos nós, cada um de nós enquanto elemento da espécie humana — com o que temos de individual e de pertença a um colectivo —, os fazedores da guerra. O filme, na verdade, tem a forma de livro. Chama-se Despachos, foi publicado originalmente em 1977 nos Estados Unidos e mais de 40 anos depois tem a primeira edição em Portugal, pela Antígona.

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Este é o meu filme, disse mais ou menos assim Michael Herr (1930-2016) no livro onde relata a sua passagem de ano e meio pela guerra do Vietname enquanto correspondente da Esquire. Dessa guerra, cada um dos que lá passaram e sobreviveram fez o seu filme muito pessoal, mas poucos concentram a complexidade, as interpelações, a clareza de linguagem, o humor, o instinto de observação e de sobrevivência, a habilidade de contar uma história que faz deste “filme” um testemunho dos mais brilhantes jamais escritos sobre guerra, um documento intemporal acerca do incómodo de sermos nós, cada um de nós enquanto elemento da espécie humana — com o que temos de individual e de pertença a um colectivo —, os fazedores da guerra. O filme, na verdade, tem a forma de livro. Chama-se Despachos, foi publicado originalmente em 1977 nos Estados Unidos e mais de 40 anos depois tem a primeira edição em Portugal, pela Antígona.