Catarina Martins defende harmonização do salário minimo no público e privado

A líder bloquista diz que o objectivo do Bloco de Esquerda passa por combater a precariedade e os salários que em Portugal são “baixos demais”.

Foto
daniel rocha

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, elegeu hoje “os direitos do trabalho e os salários” como “pilar central” do programa eleitoral para as legislativas e defendeu a harmonização entre salário mínimo para público e privado. A líder bloquista, que falava em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, explicou que o objectivo do Bloco de Esquerda, na próxima legislatura, passa por “mudar de paradigma” e combater “a precariedade e os salários baixos.”

“O que propomos agora é que já em Janeiro de 2020 o salário mínimo nacional seja pelo menos o mínimo que é pago na função pública sendo que também este deve subir. No público e no privado puxar para cima, mudar de paradigma, em vez de vermos quem está pior para puxar para baixo”, avançou Catarina Martins.

“Puxar pelos direitos do trabalho, saber que são os trabalhadores unidos, do público e do privado, precários e com contrato que conseguem lutar por contratos com direitos para todos e aumentar na próxima legislatura o ritmo a que o salário mínimo nacional sobe para conseguir esta harmonização entre trabalhadores do público e do privado”, clarificou a coordenadora do Bloco de Esquerda. Nos últimos quatro anos, “o salário mínimo nacional aumentou 95 euros, é muito pouco porque o salário mínimo nacional é de 600 euros, mas mesmo estes 95 euros só foram conseguidos porque impusemos aumentos mínimos no acordo que fizemos em 2015 com o PS”, acrescentou.

Durante o discurso de encerramento do encontro das estruturas do Bloco de Esquerda do Litoral Alentejano, Catarina Martins, defendeu ainda que “não há desenvolvimento sem respeitar quem trabalha, não há democracia sem trabalho com direitos. Sabemos como em Portugal os salários são baixos demais e a precariedade ameaça a generalidade dos trabalhadores”.

A coordenadora deu o exemplo da luta dos trabalhadores da refinaria de Sines da Galp contra o fim do contrato colectivo de trabalho, dos estivadores “precários” no Porto de Sines e dos “trabalhadores migrantes” das estufas em Odemira, em Beja, para alertar para os ataques aos direitos dos trabalhadores.

“Os trabalhadores da refinaria de Sines estão a lutar para não terem menos direitos porque quando caducar o contrato colectivo de trabalho, o próximo será feito em condições piores e por isso acabar com este absurdo da caducidade unilateral é fundamental”, acrescentou. E alertou que no porto de Sines, “quando os estivadores decidem fazer greve, os estivadores precários são despedidos. Na verdade, o que é dito é que os estivadores que têm contrato quando fazem greve têm a retaliação de ver os seus colegas que não têm contrato despedidos.”

“Esta competição para baixo e permanente nos direitos do trabalho é o maior problema do nosso país e é este que tem de ser atacado”, concluiu Catarina Martins.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários