A torre infame está finalmente construída e ocupada. Aqueles 17 terríveis pisos na Fontes Pereira de Melo que ameaçavam a integridade da silhueta de cidade foram finalmente desvendados ao povo, e pasme-se, gostámos. Lisboa ganhou uma nova praça coberta, um jardim e um elegante edifício a palpitar de jovens advogados e consultores de fato azul, que apressadamente entram e saem daquele lobby com o mesmo ar solícito que os seus pares na City de Londres. Agora, para intensificar este quadro urbano, era necessário ter a coragem de demolir aquele equívoco “fórum” alaranjado de má memória e enterrá-lo em conjunto com os blazers assertoados de Horta e Costa e as condecorações de Granadeiro. No seu lugar deviam nascer três esbeltas torres de 40 pisos em cada extremo do lote e um grande jardim público ao centro. E com isso, a Lisboa metropolitana declarava sentença de morte a esse flagelo ambiental que é o conceito suburbano de office park.
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