Vítor Rua desconstrói Conan Osiris. "Não peçam à pop para ser algo que ela não é"

Desafinado? Vazio? Simples? Pedimos ao músico e compositor Vítor Rua para desconstruir os "Telemóveis" de Conan Osiris e responder às críticas que se fizeram sobre a música. Osiris actua esta terça-feira na primeira semi-final da Eurovisão, em Israel. 

A disputar um lugar na final, este sábado, estarão 17 países e a música que representa Portugal parece não ter hipóteses de passar àquela fase, a avaliar pela média dos resultados das casas de apostas, reunidos na página eurovisionworld.com.

Portugal está esta terça-feira em 12.º lugar, e só dez países passam à fase seguinte.

Vítor Rua não tem dúvidas sobre a qualidade da música apresentada por Conan. "Produziu uma música que parece que não dá para retirar nada nem para acrescentar mais nada porque está tudo muito bem construído", argumenta.

Mas o público da Eurovisão costuma preferir canções diferentes. Entre as favoritas estão "músicas muito bem construídinhas, à Factor X, com aquela voz muito boa, tecnicamente irrepreensível com uma amplitude que vai aos agudos, ou aos graves, de impressionar, toda a gente fica arrepiada".

"Isto é aquele estilo que costuma vencer. Para estilo surpresa, como aconteceu com a Luísa Sobral, temos uma cantora [a australiana Kate Miller-Heidke] a cantar tipo ópera, com um vestido gigantesco de seis metros. Essa música, tal como o nosso, também tem coisas interessantes e enigmáticas visualmente."