Mark Zuckerberg pondera criar área exclusiva de notícias para o Facebook

O fundador e proprietário do Facebook pretende ter uma relação mais directa com editores de jornais e sites de informação para difundir informação credível e de qualidade.

Foto
Mark Zuckerberg, à esquerda, em conversa com Mathias Döpfner, em Berlim DR

O Facebook poderá vir a ter uma zona dedicada a notícias “de alta qualidade” que a própria empresa venha a adquirir junto de órgãos de comunicação social credíveis. A possibilidade foi discutida pelo próprio fundador da rede social, Mark Zuckerberg, esta segunda-feira, em Berlim, numa conversa com Mathias Döpfner, o presidente executivo do grupo de media alemão Axel Springer, que detém os jornais Bild, Die Welt e FAKT.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Facebook poderá vir a ter uma zona dedicada a notícias “de alta qualidade” que a própria empresa venha a adquirir junto de órgãos de comunicação social credíveis. A possibilidade foi discutida pelo próprio fundador da rede social, Mark Zuckerberg, esta segunda-feira, em Berlim, numa conversa com Mathias Döpfner, o presidente executivo do grupo de media alemão Axel Springer, que detém os jornais Bild, Die Welt e FAKT.

“Falámos do papel do jornalismo de qualidade na formação de comunidades informadas e dos princípios que o Facebook deve utilizar para criar uma área de notícias com o objectivo de dar relevo a conteúdos informativos de qualidade, incluindo também um modelo de negócio e um ecossistema que o possa sustentar”, disse Mark Zuckerberg na introdução à conversa com Döpfner, que faz parte de uma série de conversas do fundador do Facebook com especialistas e personalidades da comunicação e redes sociais, programadas para este ano.

Zuckerberg segue a linha optimista de Döpfner, argumentando que o jornalismo multimédia tem começado a gerar receitas. “Há pessoas que preferem ler notícias em vez das actualizações que os amigos partilham no nosso serviço”, disse o fundador do Facebook, comparando este público-alvo com aquele que prefere ver vídeos e que justificou a criação do Facebook Watch, a plataforma da rede social destinada apenas para conteúdos audiovisuais. “Criámos um espaço só para vídeo que tem crescido e pensamos fazer isso com notícias”.

“Não queremos construir isto num vazio. Queremos que esta plataforma tenha notícias de qualidade e altamente credíveis, portanto será bastante personalizado”, afirmou Zuckerberg. Para isso, disse o proprietário do Facebook, é necessário estreitar ainda mais a relação com os editores e directores de jornais “para entender qual o conteúdo de qualidade disponível” em cada publicação.

“Espero que novas formas de jornalismo de investigação possam emergir neste ecossistema online. O jornalismo local, por exemplo, está a ser vitimado pela Internet e queremos ajudá-lo a tornar mais sustentável”, disse Mark Zuckerberg relembrando sempre que o Facebook não produz noticias.

O presidente executivo do grupo de media alemão pediu a Zuckerberg que o Facebook seja “neutro” na difusão de conteúdos e que “seja o mais atractivo possível” para todos os órgãos de comunicação social, independentemente da sua reputação.

Este possível projecto do Facebook surge depois de o conselho da União Europeia ter aprovado a nova directiva dos direitos de autor. O objectivo deste acordo é definir novas regras sobre as publicações digitais no espaço digital europeu. Holanda, Luxemburgo, Polónia, Itália e Finlândia votaram contra o texto votado pelo Conselho. Portugal está a favor por acreditar que o documento “introduz alguma justiça” no mercado.

“YouTube, Facebook e a Google News serão alguns dos ‘gigantes’ que serão directamente afectados com esta legislação”, afirmou a União Europeia. Na conversa com Mathias Döpfner, Zuckerberg disse que as novas reformas europeias são algo que, de facto, o Facebook está a (e tem de) considerar para o futuro.

O Facebook também anunciou esta semana o lançamento da funcionalidade “Por que é que vejo esta publicação?”. A ferramenta vai passar a explicar o motivo porque mostra publicações específicas a diferentes pessoas e permitir que os utilizadores decidam o que mais querem ver no seu feed