Regulador diz que cartoon sobre Serena "não é racista"

O jornal Herald Sun não vai ser punido após uma primeira página a "satirizar" a derrota de Serena Williams no Open dos EUA.

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Imagens de Serena Williams em protestos com o árbitro português Carlos Ramos em Setembro de 2018 Reuters/Robert Deutsch

A caricatura da tenista norte-americana Serena Williams, publicada pelo jornal Herald Sun após o incidente com o árbitro português Carlos Ramos, na final do Open dos Estados Unidos, "não é racista", determinou esta segunda-feira o Conselho Australiano de Imprensa.

"O Conselho considera que o cartoonista usa o exagero e o absurdo para fazer valer o seu ponto, mas aceita a defesa do jornal, que alega que a senhora Williams não é caracterizada como um macaco, mas sim como alguém a 'fazer uma birra', uma caricatura não racista, familiar à maioria dos leitores australianos", escreve em comunicado a entidade reguladora da Austrália para a comunicação social.

A 10 de Setembro de 2018, dois dias depois de Serena Williams ter perdido a final do Open dos Estados Unidos diante da japonesa Naomi Osaka, Mark Knight publicou no jornal australiano Herald Sun uma imagem satírica do incidente que a tenista norte-americana protagonizou com Carlos Ramos.

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MARK KNIGHT/THE HERALD SUN

Durante o encontro, a actual número dez mundial partiu a raquete em pleno "court", protestou de forma veemente e insultou Carlos Ramos, a quem chamou mesmo de "ladrão e mentiroso", tendo recebido três advertências do árbitro português: por "coaching" (receber instruções do treinador), por ter partido uma raqueta, que deu origem a um ponto de penalidade, e abuso de linguagem, do qual resultou num jogo de penalização.

"O Conselho reconhece que alguns leitores acharam o cartoon ofensivo, mas também aceita que existiu um interesse público suficiente em comentar o comportamento e espírito desportivo durante uma disputa significativa entre uma tenista com um alto nível global e um árbitro na final do Open dos EUA", concluiu o organismo regulador, assinalando que o desenho não violou os padrões da imprensa australiana.

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