Ligação Porto-Lisboa em menos de duas horas, promete Governo

Encurtar a distância entre Porto e Lisboa por ferrovia vai custar cerca de 1500 milhões de euros e é uma das apostas fortes do Programa Nacional de Investimentos 2030, segundo informações do ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, ao Expresso.

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Andre Rodrigues

O Governo prevê um investimento de 20,4 mil milhões de euros em grandes obras públicas na próxima década. O reforço da ferrovia será a grande prioridade do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030) e as obras permitirão ligar o Porto a Lisboa em menos de duas horas, avança o ministro do Planeamento e das Infra-Estruturas em entrevista ao Expresso

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O Governo prevê um investimento de 20,4 mil milhões de euros em grandes obras públicas na próxima década. O reforço da ferrovia será a grande prioridade do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030) e as obras permitirão ligar o Porto a Lisboa em menos de duas horas, avança o ministro do Planeamento e das Infra-Estruturas em entrevista ao Expresso

"A nossa ideia é conseguir, na próxima década, aumentar a procura de passageiros em cerca de 30% e aumentar até 40% a procura de transporte de mercadorias, retirando o equivalente a 100 mil camiões por ano das estradas", explica o ministro Pedro Marques. Acrescentando que se trata de "um aumento de competitividade brutal". "Vamos finalmente baixar para menos de duas horas a ligação entre Porto e Lisboa", assegura, acrescentando que haverá a "quadruplicação de vários troços".

Esta meta será alcançada através da construção dos troços Cacia-Gaia, Soure-Coimbra, Santarém-Entroncamento e Alverca-Azambuja asseguram o reforço do eixo Porto-Lisboa. O Expresso avança que serão mais de 163 quilómetros de ferrovia, num esforço de 1500 milhões de euros. Em entrevista ao semanário, Pedro Marques assume que o grande objectivo passa por “descongestionar a grande coluna ferroviária do país”. Falta ainda conhecer os respectivos calendários.

Transportes ligeiros em Braga e Guimarães, além de Lisboa e Porto

O plano contempla também uma forte aposta nos transportes públicos, com a estratégia de um novo alargamento das redes do metro do Porto (600 milhões de euros) e de Lisboa (400 milhões), além do que está em curso.

No caso de Lisboa, o presidente do Metropolitano já afirmou ao PÚBLICO que a ideia é expandir a linha vermelha até Campo de Ourique, com uma estação nas Amoreiras, e que iria pedir a autorização à tutela para começar o projecto. Ao Expresso, o ministro diz que "novas estações serão para definir com as áreas metropolitanas".

Além dos mil milhões para os dois metropolitanos estão ainda previstos outros mil milhões para transportes ligeiros, como metrobus, eléctricos e metros ligeiros. Neste caso, Pedro Marques afirmou ao Expresso, as cidades visadas são Braga e Guimarães, além de Lisboa e Porto.

A segunda fase da expansão do Aeroporto de Lisboa (para além do que já previsto para os próximos anos na infra-estrutura gerida pelo grupo francês VINCI), e ligação ferroviária Aveiro/Mangualde são outros dos investimentos previstos.

O investimento nos transportes e mobilidade, contabiliza o Expresso, ascenderá aos 12.765 milhões de euros. Prevê-se também investimentos de 3650 milhões para a energia e de 3270 milhões para o ambiente. O regadio receberá um incentivo de 750 milhões.

Em Janeiro, o Governo fará chegar o PNI2030 à Assembleia e espera conseguir assegurar o plano de obras com uma maioria de dois terços dos deputados. Depois de passar pelo Parlamento, o PNI2030 terá de ser aprovado pelo Conselho Superior de Obras Públicas, o novo órgão consultivo a quem cabe emitir um parecer obrigatório, mas não vinculativo, sobre os projectos de investimento superiores a 75 milhões.

Questionado sobre se há condições para uma maioria de 2/3, o ministro afirmou ter essa "esperança". O país, disse, "perceberia muito mal" se "não se chegasse a um consenso", destacando o papel central do PSD.

O dinheiro para pagar as grandes obras ao longo da década virá de fundos europeus (6503 milhões de euros), do Fundo Ambiental (1800 milhões), do Orçamento do Estado (3172 milhões), de privados e de empresas do Estado (7375 milhões) e de poupanças da redução de encargos com as parcerias público-privadas rodoviárias (1586 milhões) “que aumentarão o investimento da Infra-Estruturas de Portugal”, diz o Expresso.