Socialista Ricardo Bexiga eleito relator da comissão de Tancos

Deputados visitam Tancos e Santa Margarida a 8 de Janeiro e um dia depois iniciam as audições.

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A comissão é presidida pelo socialista Filipe Neto Brandão Daniel Rocha

O socialista Ricardo Bexiga foi eleito nesta quarta-feira relator da comissão parlamentar de inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto de material militar ocorrido em Tancos. Aquele deputado teve os apoios dos deputados do PCP e Bloco de Esquerda, respectivamente Jorge Machado e João Vasconcelos, além do dos seus colegas do PS, e a oposição do PSD e do CDS.

“O PSD tem pena que o PS, PCP e BE não tenham compreendido a razão por que quisemos propor um relator que desse um bom sinal para o exterior. Este é um mau sinal, pois o partido que está no Governo e que preside à comissão tem o relator”, lamentou Berta Cabral, do PSD. A deputada e antiga secretária de Estado da Defesa do então ministro José Pedro Aguiar-Branco no Governo de Passos Coelho propusera o nome da sua colega de bancada Joana Barata Lopes para redigir o relatório final da comissão que, depois, será submetido à votação dos deputados.

“O PS está a procurar açambarcar todas as funções desta comissão, há que escolher entre dar ao PS todos os cargos desta comissão ou uma alternativa de mais transparência e equilíbrio”, acusara antes a parlamentar do PSD. Recorde-se que a comissão de inquérito foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República por proposta do CDS/PP e que é presidida pelo deputado socialista Filipe Neto Brandão.

“Nada nos move contra o deputado Ricardo Bexiga, mas do ponto de vista dos procedimentos expressamos a mais viva discordância”, criticou Carlos Monteiro, do CDS/PP. “A esquerda uniu-se para escolher o relator, foi uma votação em que não se quis cultivar o consenso”, salientou.

“Apostamos em chegar ao fim com um relatório aprovado por unanimidade, só no final [dos trabalhos da comissão] é que seremos colocados à prova, se teremos um relatório aprovado por unanimidade, não podemos antecipar”, contrapôs o socialista Ascenso Simões.

Só depois das férias do Natal, ou seja, em 2019, os deputados iniciam os trabalhos de uma comissão que, na actual fase de seis meses, deverá ter o seu labor concluído em Maio, embora haja a possibilidade de um prolongamento do prazo por 90 dias. A 8 de Janeiro, os deputados visitam Tancos e Santa Margarida, onde agora estão os paióis, começando as audições no dia seguinte. Os trabalhos decorrem duas vezes por semana, à quarta e quinta-feira.

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