Departamento de Educação dos EUA equaciona financiar armas para professores

A hipótese está a ser estudada pelo Departamento de Educação norte-americano, avança o New York Times.

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Decisão será liderada por Betsy DeVos, secretária de Estado da Educação Reuters/LEAH MILLIS

A secretária da Educação dos Estados Unidos, Betsy DeVos, está a equacionar se deve ou não permitir que os estados recorram a fundos federais para comprar armas para os professores, noticia o New York Times citando “fontes próximas do processo”.

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A secretária da Educação dos Estados Unidos, Betsy DeVos, está a equacionar se deve ou não permitir que os estados recorram a fundos federais para comprar armas para os professores, noticia o New York Times citando “fontes próximas do processo”.

A medida sem precedentes contraria o Congresso que quer limitar o recurso a fundos federais no acesso às armas.

A medida segue a sugestão do Presidente Donald Trump à data do tiroteio numa escola norte-americana em que um aluno matou 17 colegas e funcionários com uma espingarda semi-automática. Trump sugeriu fornecer armas de fogo aos professores como medida de prevenção de futuros tiroteios. A ideia foi recebida com críticas, no meio de um renovado debate sobre o acesso a armas de fogo nos Estados Unido.

Em Março, um mês depois do episódio na Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas, na Florida, o Congresso aprovou o financiamento de escolas distritais no valor de 50 milhões de euros, com a ressalva expressa de que esse dinheiro não poderia ser usado para obter armas.

No entanto, o New York Times conta que o Departamento da Educação está a analisar alternativas nas políticas de educação federais, onde não existe uma proibição explícita à compra de armas. Esse espaço permitiria a Betsy DeVos aprovar planos estatais ou distritais para recurso a fundos federais para financiar a compra de armas e treino.

Para evitar que isto aconteça, o Congresso terá de esclarecer a lei em vigor ou banir totalmente qualquer financiamento através de uma nova legislação.

Sobre o assunto, a porta-voz do Departamento de Educação respondeu que não comenta “opiniões do Departamento ou cenários hipotéticos” e que “o Departamento está constantemente a considerar e a avaliar estratégias, especialmente em assuntos relacionados com a segurança na escola”. 

O programa federal de apoio escolar dispõe de mil milhões de dólares e visa criar e desenvolver oportunidades nas escolas mais pobres, nomeadamente através do investimento nas condições das estruturas e no uso da tecnologia e combate à iliteracia digital.

De acordo com as fontes ouvidas pelo jornal norte-americano, Departamento de Educação poderá estar a tentar contornar esta condição, considerando que a compra de armas pode ser encarada como uma medida de investimento nas condições estruturais das escolas.

Uma reportagem da BBC dá conta das medidas de segurança que estão a ser adoptadas pelas escolas norte-americanas no arranque do novo ano lectivo. Olhando para dados de 2016, a BBC conta que 94% das escolas já incluem um sistema de monitorização das entradas e saídas das escolas e que 81% usam câmaras de segurança. Nas novas estratégias que estão a ser preparadas, as escolas estão a discutir:

  • mochilas transparentes
  • detectores de metais
  • reconhecimento facial
  • professores armados

O Governo aprovou recentemente um programa no valor de 1,8 mil milhões de dólares para ensinar aos professores métodos para estancar perdas de sangue.

Críticos deste tipo de estratégias consideram que “armar escolas” em nada vai aumentar a segurança da comunidade escolar e que não será uma solução eficaz.