Movimento Democracia 21 arranca com apresentações em Setembro

Sofia Afonso Ferreira diz felicitar Pedro Santana Lopes por pretender criar outro partido à direita

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Sofia Afonso Ferreira explica que o partido é liberal na economia e nos costumes Miguel Manso

Depois de afastada a possibilidade de uma ligação a Pedro Santana Lopes, o movimento Democracia 21 vai seguir o seu caminho com apresentações em Portugal e no estrangeiro já em Setembro e espera conseguir entregar as assinaturas exigidas no Tribunal Constitucional, no final do próximo mês, para se formalizar como partido político.

A fundadora do Democracia 21, Sofia Afonso Ferreira, 41 anos, ex-militante do PSD, defende que são precisos novos projectos na área da direita. Por isso, não critica o ex-líder do PSD, que abordou o movimento para uma possível aliança, mas que acabou por decidir criar um partido de raiz. “Sou a primeira a dar os parabéns a Pedro Santana Lopes porque são precisos partidos à direita para fazer uma geringonça de direita, embora não goste da expressão geringonça”, afirmou ao PÚBLICO.

O movimento Democracia 21 continua a recolher assinaturas e espera ter o processo (que inclui os estatutos) concluído para entregar no Tribunal Constitucional no final de Setembro. “Mas no início do mês já começa a funcionar como partido”, afirma a fundadora, que tem previstas apresentações em Macau, Bruxelas, Lisboa, Porto, Bragança, Leiria, Coimbra e Batalha.

Assumindo o movimento como sendo liberal à direita, Sofia Afonso Ferreira explica que o partido é liberal na economia e nos costumes, apesar de se terem juntado alguns conservadores. No Democracia 21, há pessoas que “vieram do PSD, do CDS, independentes, e algumas até de esquerda”, refere, defendendo que o partido está posicionado à direita e que tem como bandeiras o emagrecimento do peso do Estado e a descida da carga fiscal.

Apoiante do PSD há mais de 20 anos, foi só mais recentemente que se filiou no partido. Acabou por sair depois de Passos Coelho anunciar que já não se recandidatava na sequência das eleições autárquicas de 2017. Foi nessa altura que Sofia Afonso Ferreira participou numa iniciativa que foi decisiva para a sua opção. “O que me despertou mais foi ter ido ao congresso do ALDE (Aliança Liberal e Democratas na Europa) em Outubro ou Novembro. Foi um banho de liberalismo”, conta.

Com a liderança de Rui Rio no PSD, a antiga militante social-democrata diz ter-se criado a expectativa de olhar para o novo líder como um “agregador da direita”. Mas, nos últimos meses, afirma ter existido uma “liderança desastrosa” que contrariou o papel de congregador. “Foram tomadas uma série de decisões que fragmentaram o PSD e a saída de Santana Lopes tem a ver com isso”, diz. Depois do PSD ainda passou pelo movimento Iniciativa Liberal mas saiu por não se ter "encaixado".

Depois de formalizado, o Democracia 21 quer concorrer às europeias e às legislativas de 2019. Quanto às regionais da Madeira, a fundadora ainda tem dúvidas se consegue apresentar lista. A trabalhar há sete meses no projecto, Sofia Afonso Ferreira assume as dificuldades: “É o nosso ano zero e estamos conscientes de que é difícil [conquistar votos]. Mas estamos dispostos a fazer muito barulho.”

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