Enfermeiros alertam para risco de degradação do serviço no Hospital de Guimarães

Sindicato diz que a partir de 1 de Julho, data em que começa a ser aplicada a jornada de 35 horas a todos os enfermeiros, haverá um "agravamento" da falta de enfermeiros estrutural.

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A sindicalista explicou que não se pode "continuar a permitir que os enfermeiros sejam sistematicamente explorados MARIA JOAO GALA

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse esta quarta-feira que a qualidade do serviço prestado no Hospital de Guimarães "está ainda mais em causa" caso não sejam contratados novos profissionais quando passarem a ser aplicadas as 35 horas de trabalho semanal.

Em declarações aos jornalistas, a propósito de dois dias de greve de enfermeiros naquela unidade de saúde, a representante do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, explicou que o Hospital de Guimarães já tem uma "falta de enfermeiros estrutural" e que a partir de 1 de Julho, data em que começa a ser aplicada a jornada de 35 horas a todos os enfermeiros, haverá um "agravamento" da situação.

"Pode estar ainda mais em causa a qualidade dos cuidados prestados. Eles já estão [postos em causa], nomeadamente nos serviços onde estão a reduzir o número de enfermeiros por turnos e nos serviços onde se fazem turnos de 12 horas seguidas", afirmou a sindicalista.

Segundo o SEP, no caso do Hospital de Guimarães é necessário contratar mais 60 enfermeiros "para o normal funcionamento dos serviços", não havendo indicações que tais contratações irão acontecer.

"A partir de dia 1 de Julho ou há, por parte do Governo, autorização para contratar os enfermeiros para colmatar as cerca de quatro mil horas de cuidados que vão ser perdidos neste hospital ou, então, vão ter de encerrar ou diminuir a capacidade assistencial do hospital, reduzir o número de camas e mesmo o encerramento de serviços", avisou.

A sindicalista afirmou que não se pode "continuar a permitir que os enfermeiros sejam sistematicamente explorados", apontando o dedo ao Governo.

"A responsabilidade da degradação do Serviço Nacional de Saúde, que estas greves têm objectivo defender, tem rostos, os do ministro da Saúde e do ministro das Finanças e, naturalmente, o partido que apoia o Governo", afirmou.

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