Governo toma decisão sobre modelo de organização na área das dependências até Junho

Secretário de Estado Adjunto e da Saúde destacou que a decisão será "muito focada no interesse das pessoas, muito mais do que as questões dos grupos ou de outros profissionais". No final do ano passado, quando o grupo de trabalho reconheceu que o actual modelo não funciona, Fernando Araújo comprometera-se com uma decisão para o início deste ano.

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Rui Gaudêncio

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu que “até ao final do primeiro semestre” o Governo tomará uma decisão sobre o modelo organizacional para a intervenção na área das drogas e outros comportamentos adictivos. No final do ano passado, quando o grupo de trabalho reconheceu que o actual modelo não funciona, Fernando Araújo comprometera-se com uma decisão para o início deste ano.

Esta deve chegar até Junho, afirmou aos jornalistas à margem da apresentação do projecto-piloto das salas de consumo assistido em Lisboa, nesta quinta-feira.

“Nós temos um modelo de sucesso. Estamos a reduzir a prevalência dos consumos, o número de novas infecções. Não queremos estragar o que está bem. A ideia é ao mudar, mudar para melhor”, afirmou Fernando Araújo, destacando que o executivo quer tomar uma decisão “muito focada no interesse das pessoas, muito mais do que as questões dos grupos ou de outros profissionais”. Em causa está o modelo de organização da entidade que coordena e planeia toda a intervenção e investigação no âmbito do combate à toxicodependência, alcoolismo e outras dependências.

Esta questão surge depois de, em Novembro do ano passado, vários profissionais da área dos comportamentos adictivos terem tornado pública a degradação dos serviços, em consequência da ausência de um modelo de governabilidade. Também o grupo de trabalho criado pelo Governo notou que existia uma ameaça de crescente “indefinição organizacional” e “insatisfação e desmotivação” dentro dos serviços face a uma mudança que “apesar de planeada, acabou por se constituir como uma imposição” – em 2012 o Instituto da Droga e da Toxicodependência foi extinto para dar origem ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e nas Dependências, cujas divisões de intervenção estão integradas nas administrações regionais de saúde (ARS).

O grupo de trabalho divergiu, no entanto, no caminho a seguir – reactivar o instituto, ou criar um novo organismo igualmente autónomo ou reforçar a actual integração nas ARS –, levando o Governo a prometer avaliar todas as soluções colocadas na mesa.

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