Festival Vivarium quer discutir relação entre o humano e a máquina

Gonçalo M. Tavares é um dos nomes do programa que vai centrar-se nos novos media e contará com diversas formas de expressão artística.

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O espaço Maus Hábitos será o palco principal do festival Fernando Veludo / nfactos

O festival Vivarium vai estrear-se em Março, no Porto, com o objectivo de discutir a relação entre a cultura humana e a cibernética, através de performances, conversas, exposições e música, anunciou a organização.

O festival vai realizar-se nos dias 24 e 25 de Março, concentrado no espaço Maus Hábitos, com destaque para a estreia nacional do italiano Marco Donnarumma, que vai apresentar Corpus Nil, "um ritual de nascimento para um corpo modificado, assente numa coreografia tensa entre um artista humano e uma máquina artificialmente inteligente, alimentada por biotecnologia, detecção biofísica e inteligência neurorobótica", segundo o comunicado do evento.

O escritor Gonçalo M. Tavares vai coordenar uma oficina com base no livro Atlas do Corpo e da Imaginação, além de participar na conversa sobre o tema Questões Éticas e Estéticas Abertas pela Revolução Digital, com o director artístico do New Art Fest, António Cerveira Pinto, com moderação de Marta Bernardes.

Em declarações à Lusa, a curadora Marianne Baillot realçou que a Humanidade sempre se tentou afastar da condição de animal, mas, na era do digital, poderá ser através do animal que se reintroduz a componente humana na sua existência.

O Vivarium, a acontecer de forma anual, vai apostar numa "abordagem multidisciplinar", segundo Baillot, que pretende que o programa vá além das artes visuais e se foque no lugar do corpo no contexto da sociedade actual.

A curadora salientou que se quer aproveitar o "momento cultural do Porto", em que a cidade "se quer afirmar como uma smart city" e atrair talentos de fora.

Para 2019, estão previstas residências de longo prazo na cidade e eventos para lá do Maus Hábitos. O Vivarium quer, assim, ser uma "plataforma para pensar nas consequências da revolução digital".

O festival vai contar com uma performance inédita de Jonathan Schatz com Nicolat Canot, intitulada In Vitro, depois de uma "mini-residência artística", enquanto Ícaro Pintor e Joaquim Pavão apresentam Ifsting Split, e o projecto Krake, do baterista de peixe:avião, Pedro Oliveira, vai actuar na esplanada do Maus Hábitos.

No que diz respeito a trabalhos expostos, o Vivarium vai incluir obras de nomes como Silvestre Pestana, Diogo Tudela, Miguel Palma e Nerea Castro. Com actividades gratuitas, os bilhetes para o Vivarium vão custar oito euros, em compra antecipada, e para compra no próprio dia, dez euros.

As inscrições para a oficina de Gonçalo M. Tavares serão limitadas a 30 pessoas e vão custar 30 euros.

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