RTP tem que ser mais transparente e apostar nas regiões autónomas

Conselho Geral Independente quer o serviço público com audiências diversificadas e com “dimensão”.

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Daniel Rocha

São dezenas as medidas que a nova administração da RTP, liderada por Gonçalo Reis, terá que implementar até 2020, através de um plano estratégico que irá apresentar ao Conselho Geral Independente (CGI) nas próximas semanas. As linhas de orientação estratégica da RTP foram definidas há uma semana pelo CGI e, em traços gerais, exigem uma empresa de rádio e televisão com “gestão orientada para o serviço público”, “próxima dos cidadãos e aberta à sociedade”, que defenda o rigor informativo e o pluralismo, promova “conteúdos de qualidade e inovadores” e que aposte nas novas plataformas digitais de uma forma transversal a todos os conteúdos.

“A RTP deve assumir-se como o operador mediático distintivo, inovador e de referência, no panorama audiovisual. Isto significa recusar a imitação, diversificar a programação nos horários nobres, envolver e escutar os cidadãos, tendo em consideração os ritmos de vida das pessoas”, lê-se no documento a que o PÚBLICO teve acesso. O serviço público de rádio e TV “tem de interessar audiências diversificadas”, tendo como primeiro objectivo a qualidade e depois a “dimensão das audiências que conquista”.

Mais produção interna

Em termos empresariais, a RTP deve criar um clima de estabilidade interna, desenvolver indicadores de desempenho como outros serviços públicos internacionais e procurar mais transparência na informação sobre a actividade da própria empresa e no fornecimento de conteúdos, apostando nos concursos de propostas – uma forma de evitar as suspeições levantadas contra Nuno Artur Silva, que ditaram a não renovação do seu mandato. Ao mesmo tempo, deve estimular-se a produção interna de conteúdos em simultâneo com a dinamização da produção independente.

Para além das exigências de rigor e independência, da oferta informativa e cultural diversificada e rica mas também de “proximidade”, o CGI quer que a administração relance os serviços de programas regionais dos Açores e da Madeira tornando-os mais próximos daquelas populações e das diásporas, para além de um reforço da informação, desporto, e cultura nos canais internacionais – sejam de rádio ou de TV. E que se aposte no jornalismo de investigação, numa “informação diária mais ágil, mais completa e mais contextual”, se reestruture o formato dos programas de informação e se desenvolva a identidade da RTP3.

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