Equador põe fim à "era Correa" definindo limites para os mandatos presidenciais

Resultado do referendo é vitória para o Presidente Lenin Moreno, impedindo uma candidatura do seu ex-mentor, e agora adversário, Rafael Correa.

Lenin Moreno disse que o "confronto pertence ao passado"
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O Preidente Lenin Moreno disse que o "confronto pertence ao passado" JOSE JACOME/EPA
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O antigo Presidente Rafael Correa, defensor do "não", disse que "a luta continua" MARCOS PIN/EPA

Os presidentes do Equador vão voltar a só poder manter-se no cargo durante dois mandatos – foi a decisão de um referendo deste domingo em que 64% apoiaram a mudança da lei eleitoral. O referendo é vinculativo e vai implicar uma mudança na Constituição.

O referendo foi uma vitória para o Presidente, Lenin Moreno, que o convocou: assim, o anterior Presidente, Rafael Correa, não poderá voltar a candidatar-se à Presidência. Correa tinha aprovado o fim dos limites através do Congresso em 2015.

Correa foi mentor de Moreno mas os dois afastaram-se de tal modo que se tornaram inimigos. O referendo, diz o portal de análise do Equador GK, foi o modo de Moreno “se distanciar do seu predecessor e consolidar o processo político”.

“A vitória do ‘sim’ abre um caminho para trabalharmos juntos; o confronto pertence ao passado”, disse Moreno, numa aparente referência ao estilo combativo de Correa. “Os velhos políticos não vão voltar”. Correa discordou. No Twitter, declarou: “A luta continua. Não podemos aceitar esta ruptura constitucional”.

Moreno poderá agora, diz a agência Reuters, afastar aliados de Correa de postos governamentais importantes e poderá seguir um caminho mais conservador.

No referendo, os eleitores também apoiaram seis outras medidas, incluindo limites à produção de petróleo e exploração mineira em zonas protegidas e penas mais pesadas para corrupção.

Correa liderou o Equador entre 2007 e 2017, ganhando apoio por programas anti-pobreza mas sendo criticado por ser excessivamente confrontacional e permitir o crescimento da corrupção.

Em 2017 optou por não concorrer e apoiou Moreno como candidato do seu partido. Agora diz que o seu antigo vice é um “traidor”. Correa vive actualmente na Bélgica com a sua mulher, que é belga, mas tem voltado frequentemente ao Equador.

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