Vereador da Câmara de Sintra apela a Rio para reintegrar militantes expulsos ao PSD

Paulo Veríssimo elogia iniciativa do novo líder de assinar a ficha do PSD de Álvaro Almeida e diz que este exemplo deve levar ao regresso de militantes ao partido

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Pedro Cunha

O vereador social-democrata na Câmara de Sintra Paulo Veríssimo apelou ao líder recém-eleito, Rui Rio, para que tome a iniciativa de convidar a regressar ao partido os militantes que saíram ou foram expulsos no âmbito dos últimos processos autárquicos - e que em muitos casos “deram muito ao PSD e foram maltratados nos últimos anos”.

O apelo aconteceu dois dias depois de Rui Rio ter assinado a ficha de inscrição de militante do até agora vereador independente da Câmara do Porto, Álvaro Almeida.

Paulo Veríssimo é um dos muitos militantes que, em 2013, sairam do partido para integrar a lista do também independente Marco Almeida ao município de Sintra, por discordar da escolha oficial do PSD, que impôs Pedro Pinto para disputar a presidência da câmara.

Na carta, Paulo Veríssimo afirma que se deve aproveitar a nova direcção do partido para fazer mudanças, já que Rui Rio deu um passo no sentido de abrir as portas do partido à sociedade civil. “Entendi apresentar a sugestão a Rui Rio para que, à semelhança do que aconteceu agora com a assinatura da ficha de militante do PSD pelo vereador Álvaro Almeida da Câmara do Porto, seja lançado um repto aos militantes expulsos nos últimos processos autárquicos, nomeadamente em 2013, para que regressem ao partido”, defende.

Eleito delegado ao congresso, Paulo Veríssimo, acrescenta ainda que “é fundamental que o PSD se abra à sociedade civil, ao tecido empresarial, à cultura, porque o PSD é um partido onde cabem todos” e termina: “É tempo de corrigir os erros cometidos e, principalmente, de reflectir sobre o método da escolha dos candidatos às câmaras municipais”.

Sobre esta última questão, sublinha, em declarações ao PÚBLICO, que o partido tem de fazer uma reflexão sobre escolha dos futuros candidatos às câmaras municipais que – frisa – “deve ser feita de uma forma mais transparente e mais justa”.

Ao contrário de Paulo Veríssimo, que voltou filiar-se no PSD em 2015, Marco Martins, eleito vereador sem pelouro e antigo vice-presidente de Fernando Seara em Sintra, ainda não tomou uma decisão sobre um eventual regresso. “Ainda não decidi. Veremos o que a nova liderança quer fazer com os militantes expulsos em 2013”. Ainda assim, o vereador nota que nas autárquicas de Outubro o seu movimento independente teve 39 mil votos que não podem ser desbaratados.

À frente de um grupo de independentes que, entretanto, recebeu o apoio do PSD para concorrer às autárquicas de 2017, Marco Almeida deixa um conselho ao novo líder social-democrata: “Para ganhar as eleições em 2019, Rui Rio vai ter, também, de ter um discurso de unidade e de curar feridas”. E nem todas estão no Parlamento, onde a bancada se dividiu, antes das directas, entre o apoio a Rui Rio e Santana Lopes, com preponderância para o segundo.

O PSD suspendeu uma centena de militantes na sequência das autárquicas de 2013. Outros entregaram o cartão, antes de serem expulsos.

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