Santana "preocupado" com a tensão entre Marcelo e Governo

Candidato à liderança do PSD comenta notícia do PÚBLICO e declara que não queria acreditar no que leu.

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Santana Lopes mostra-se preocupado com a tensão entre Belém e o Governo Fernando Veludo

Santana Lopes está "preocupado" com o clima de tensão que se instalou entre o Presidente da República e o Governo por causa dos incêndios e pede “correcção institucional” entre ambas as partes.

Convidado a pronunciar-se sobre a notícia avançada nesta quinta-feira pelo PÚBLICO, que dava conta que o Governo está em choque com o Presidente da República nesta fase do rescaldo dos incêndios, o candidato à liderança do PSD disse que não queria acreditar quando leu a notícia, divulgada por um “jornal de referência” e que "não foi desmentida".

“Confesso que quando li isso nem queria acreditar e vejo isto com preocupação. Não tem que haver namoros institucionais, tem que haver correcção institucional e espero que essa se mantenha”, afirmou Santana Lopes aos jornalistas na Estalagem da Via Norte, em Matosinhos, antes de participar num jantar, com a estrutura da sua candidatura no distrito do Porto, para o qual foram também convidados alguns militantes.

Ao ser interrogado se o que aconteceu decorreu de uma “ratoeira” do Presidente da República, Santana disse não acreditar que tenha sido o caso, mas reafirmou que o que se passou “foi algo de estranho e, não havendo desmentidos da notícia, custa a crer que nada se tenha passado. Algo se passou”.

A notícia revelava que o primeiro-ministro informou o Presidente da data das demissões no Ministério da Administração Interna e das medidas que avançariam no Conselho de Ministros extraordinário.

O antigo primeiro-ministro encerrou o assunto com um apelo a Belém e a São Bento para que a situação seja "rapidamente” resolvida. “Os próprios saberão a melhor maneira de ultrapassar isso, para bem de Portugal, que é isso que está em causa”.

Quanto à campanha para a presidência do PSD, o antigo presidente da Câmara de Lisboa revelou estar a correr bem, considerando mesmo  que não existe “nenhuma distrital particularmente difícil”. Fazendo questão de frisar que “no Porto se sente sempre confortável”, Santana tem a noção de que “todas as distritais vão estar divididas” na disputa das eleições primárias marcadas para Janeiro, mas nota que o “voto é livre” e insurge-se contra os "grupos de votos organizados". “O presidente da distrital pode dizer 'vamos por ali', mas cada militante vota no que quer e eu espero que seja assim”, acrescentou.

A dois dias de iniciar o contacto directo com os militantes, Santana afirmou que anda pelo país na “base da liberdade”, e quer que os militantes votem em que lhes apeteça. “Isto é uma eleição de um partido, não é uma eleição nos tempos maus do Vietnam”, frisou, enfatizando que a disputa das directas não são um guerra. “Não estamos aqui numa guerra, mas numa disputa eleitoral saudável para os militantes escolherem o líder que deve dirigir o partido nos próximos anos”, declarou Pedro Santana Lopes.

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