Prémio anual de 75 mil euros do Porto para o mundo

Prémio D. António Francisco dos Santos é promovido pela Irmandade dos Clérigos, a Associação Comercial do Porto e a Santa Casa da Misericórdia do Porto

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Prémio homenageia o bispo do Porto que morreu no passado dia 11 de Setembro Ricardo Castelo \ NFACTOS

A Irmandade dos Clérigos, a Associação Comercial do Porto e a Santa Casa da Misericórdia do Porto uniram-se para criar um novo prémio que irá distinguir, anualmente, alguém que se distinga em áreas relacionadas com a solidariedade e a paz. Pensado há meses pelos responsáveis das três instituições, o prémio acabou por ser baptizado com o nome de D. António Francisco dos Santos, o bispo do Porto que morreu subitamente a 11 de Setembro. Com o valor de 75 mil euros, é “um dos maiores prémios pecuniários” do país, sublinhou o provedor da SCMP, António Tavares, esta quarta-feira.

Só a 11 de Setembro do próximo ano é que o prémio será atribuído pela primeira vez, mas António Tavares, o padre Américo Aguiar, da Irmandade dos Clérigos, e o presidente da ACP, Nuno Botelho, quiseram apresentá-lo quando passavam 30 dias sobre a morte do último bispo do Porto. Na sala do presidente, no Palácio da Bolsa, o padre Américo Aguiar elencou os critérios subjacentes à atribuição do novo prémio, para o qual contribuem, em partes iguais, as três instituições. “A 11 de Setembro de cada ano irá ser entregue o prémio a um português ou estrangeiro que se tenha evidenciado na promoção e defesa dos direitos humanos, da dignidade da pessoa humana, do diálogo inter-religioso e ecuménico e na promoção da paz”, disse.

O regulamento completo deverá estar disponível, em breve, nas páginas da Internet das três instituições, mas Nuno Botelho já adiantou que as candidaturas poderão ser apresentadas por qualquer pessoa, individual ou colectiva, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho. Todas elas serão depois avaliadas por um júri constituído pelos presidentes das três instituições promotoras do prémio.

O padre Américo Aguiar salientou que o modelo agora apresentado não é “fechado” e que os promotores do prémio D. António Francisco dos Santos gostariam que este “pudesse agregar outras instituições da cidade e pudesse, assim, engordar”. Admitiu, por isso, que, quando, a 11 de Setembro de 2018, for entregue, pela primeira vez, a distinção, o valor em causa possa até ser maior do que aquele que agora está definido.

A ideia de criar esta distinção, explicou Américo Aguiar, surgiu das conversas que os três responsáveis mantêm assiduamente sobre a cidade e da vontade comum de “o Porto ter um prémio que levasse o nome da cidade bem longe”, disse. O provedor da SCMP salientou que o objectivo não é que os distinguidos se limitem a receber o dinheiro, mas que este possa servir “de motor e alavanca para outros projectos”. Subjacente a tudo isto está, também, disse, a perpetuação da memória de D. António Francisco dos Santos e do seu exemplo.

Nuno Botelho já dera o mote para esta perpetuação da memória, dizendo que, com a morte do bispo, “a cidade ficou mais pobre, perdeu um dos seus melhores, senão o melhor”.

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