Alargamento do período crítico dos fogos não incluiu postos de vigia

Passagem da fase Charlie para a Delta fechou a rede de postos de vigia porque contratos dos vigilantes chegaram ao fim.

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LUSA/PAULO NOVAIS

Tal como em anos anteriores, com a passagem da fase Charlie para a fase Delta, a 1 de Outubro a rede de postos de vigia da floresta encerrou porque terminaram também os vínculos de trabalho dos vigilantes civis contratados pela GNR para este serviço. O que significa que nas 236 torres de vigia espalhadas pelo país não há agora ninguém (eram 944 pessoas de 1 de Julho a 30 de Setembro).

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Tal como em anos anteriores, com a passagem da fase Charlie para a fase Delta, a 1 de Outubro a rede de postos de vigia da floresta encerrou porque terminaram também os vínculos de trabalho dos vigilantes civis contratados pela GNR para este serviço. O que significa que nas 236 torres de vigia espalhadas pelo país não há agora ninguém (eram 944 pessoas de 1 de Julho a 30 de Setembro).

Mas fonte oficial da GNR citada pela TSF e pelo Jornal de Notícias garante que devido às condições meteorológicas houve "um reforço do patrulhamento nas zonas mais sensíveis pelos militares do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)". Nesta segunda-feira, o presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Marta Soares, criticou a redução dos meios de socorro no terreno, incluindo o encerramento dos postos de vigia.

Estes postos de vigia estão espalhados de Norte a Sul, com maior concentração na região a norte do Tejo, onde o nível de perigosidade dos incêndios florestais (o grau de susceptibilidade do território e a probabilidade de ali acontecer um fogo) é também maior.

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O secretário de Estado das Florestas prolongou até 15 de Outubro o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes ou balões com mecha acesa (como os dos santos populares), fazer queimadas e fogueiras ou manobrar maquinaria que possa soltar faíscas em zonas florestais. Este período crítico terminava a 30 de Setembro, tal como a Fase Charlie.

No despacho, Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas, usou a mesma justificação que o seu antecessor utilizara em Junho passado para antecipar a entrada em vigor da proibição: as "circunstâncias meteorológicas excepcionais prováveis para a primeira quinzena de Outubro com valores acima do que é o padrão para a época". O secretário de Estado acrescenta ainda a "baixa probabilidade de ocorrência" de chuva e o facto de o território estar afectado pela seca, o que mantém o risco de incêndio em "níveis elevados".

Em Junho deste ano, na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e tendo em conta as previsões de tempo muito quente, o Governo antecipou o início da fase Charlie em nove dias, com o reforço efectivo dos meios no terreno e com a antecipação também da classificação do período crítico. 

Mas desta vez, o prolongamento do período crítico, uma competência do Ministério da Agricultura, não foi acompanhado pelo prolongamento da fase Charlie e dos meios de socorro, que são uma competência do Ministério da Administração Interna.