Opus Gay propõe que candidatos a Lisboa assumam compromisso com idosos

O presidente da associação Opus Gay refere que é necessário existirem medidas para promover a integração dos LGBT seniores na cidadania, visto que se tratam de um grupo social discriminado.

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Para o presidente da associação, a criação de medidas é essencial para combater alguns dos problemas que os idosos enfrentam. DRO DANIEL ROCHA - PÚBLICO

A Opus Gay, associação que defende a comunidade LGBT, propôs que os candidatos à Câmara Municipal de Lisboa assumam um compromisso de honra para com os idosos. A proposta surge para que os candidatos criem medidas que promovam a cidadania activa dos idosos, que representam 25% da população de Lisboa, e a inclusão social dos cidadãos LGBT séniores.

Para o fundador e presidente da Opus Gay, António Serzedelo, é importante existirem medidas para integrar os cidadãos LGBT séniores. Este activista destaca que, apesar de serem apresentadas medidas relacionadas com a terceira idade em termos de saúde, habitação digna, entre outros, estas não promovem por si só uma cidadania activa.

António Serzedelo pretende dar a conhecer à população idosa os planos dos candidatos relacionadas com os problemas que os idosos enfrentam e, em particular, os LGBT séniores. Apesar da associação ainda não ter obtido respostas, tem como objectivo obter e disponibilizar informação antes das eleições, que acontecem no dia 1 de Outubro, tendo estabelecido como prazo final para o envio das medidas o dia 25 de Setembro.

Ao abordar os problemas que os seniores enfrentam, o presidente da associação indica a solidão como causa de depressões entre os idosos que pertencem à comunidade LGBT. António Serzedelo considera necessária uma análise dos desafios que estes enfrentam, como a exclusão e a discriminação, e a criação de medidas para a integração na cidadania.

Em 2016 foi elaborado um inquérito no âmbito do projecto da associação “Envelhecer Fora Do Armário”, com o objectivo de dar a conhecer a realidade enfrentada pelos idosos acima dos 60 anos pertencentes à comunidade LGBT. Entre as conclusões apresentadas, é referido que “mais de um quarto dos inquiridos sente-se sempre só” e que algumas pessoas foram alvo de práticas discriminatórias praticadas por serviços do Estado.

Actualmente, a Opus Gay desenvolve um  projecto, que conta com o apoio da Câmara de Lisboa, que tem como metas despertar consciências sobre questões relacionadas com os problemas dos LGBT séniores, combater o isolamento e a discriminação, ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos, entre outras.

A Associação Opus Gay foi criada em 1997. Em 2015, a associação assinou um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa relacionado com o projecto “Envelhecer Fora do Armário”. Este protocolo teve a duração de um ano.

Texto editado por Ana Fernandes

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