Surfista atacado por tubarão é hoje o seu maior defensor

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Mike Coots tinha 18 anos quando foi atacado por um tubarão tigre na praia da cidade onde reside, Kilauea, na iha do Havai, nos Estados Unidos. Cinco semanas após o ataque, Mike estava de volta às ondas. "A pior parte não foi perder um membro", disse o surfista ao blogue do instagram. "O pior foi estar fora de água." Sem medo, Mike enfrentou a possibilidade de um novo encontro com um tubarão em cima de uma prancha de surf; a sua história de resiliência, intrepidez, impressionou uma organização californiana dedicada à preservação do tubarão, que o contactou no sentido de torná-lo num porta-voz da defesa do animal. "Antes disso não fazia ideia do que se passava no oceano, no que concerne a pesca ilegal ou a 'shark finning' [, a remoção das barbatanas de tubarão]. Os tubarões desempenham um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema marinho. Ele está no topo da pirâmide. Qualquer cientista ou biólogo poderá confirmar que retirá-lo dessa posição trará consequências muito negativas." Na China, a sopa de barbatana de tubarão é uma iguaria, motivo por que o "shark finning" é prática comum por quem tem interesse na sua comercialização. Os pescadores caçam os tubarões, cortam-lhes a barbatana superior e soltam-nos. O animal, nessas circunstâncias, demora cerca de dois dias a morrer - é uma morte lenta e dolorosa que poderia ser evitada caso existisse maior consciencialização para o problema. "A saúde do oceano é muito mais importante do que uma tigela de sopa", explica Mike à Red Bull. "É a mentalidade que tem de mudar, não apenas a lei." Há quem não compreenda como Mike pode ser defensor do seu atacante, mas ele explicou o motivo à Red Bull. "Acho que não faz sentido. Se tens oportunidade de fazer despertar consciências sobre a situação de uma espécie que se encontra em extinção, então o melhor é agarrar a oportunidade e criar algo bom a partir de algo mau." Mike chegou a lançar uma campanha de crowdfunding que visava a venda de um acessório para pranchas de surf que tinha como objectivo a protecção do tubarão, em caso de ataque. Além de tudo, Mike adora o facto de o tubarão já ter sobrevivido a várias ameaças de extinção. "Eles viveram além dos dinossauros. São mais antigos do que as árvores. A Terra já foi arrasada, houve espécies que desapareceram para sempre e o tubarão manteve-se, sobreviveu a isso tudo. Acredito veementemente que estão cá por um motivo." Mike continua a surfar com recurso a uma prótese de fibra de vidro. "Não é igual, exige algum esforço de adaptação. Mas antes isso do que ficar fora de água."

@bethanyhamilton, uma inspiração para Mike Coot