Investigações às ligações de Trump à Rússia aceleraram nos últimos dias

Os inquéritos do FBI e do comité de serviços secretos do Senado conheceram progressos. Senadores prometem continuar a trabalhar "tão agressivamente quanto possível"

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Manifestantes estiveram em frente à Casa Branca a exigir que as investigações prossigam Reuters/JONATHAN ERNST

No final de Abril, o agora ex-director do FBI, James Comey, passou a receber actualizações diárias sobre os desenvolvimentos da investigação sobre os esforços da Rússia para interferir com a eleição presidencial norte-americana, em vez dos relatórios semanais que lhe eram apresentados pelos agentes que estão a apurar possíveis ligações entre o Governo de Moscovo e indivíduos ligados à campanha de Donald Trump.

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No final de Abril, o agora ex-director do FBI, James Comey, passou a receber actualizações diárias sobre os desenvolvimentos da investigação sobre os esforços da Rússia para interferir com a eleição presidencial norte-americana, em vez dos relatórios semanais que lhe eram apresentados pelos agentes que estão a apurar possíveis ligações entre o Governo de Moscovo e indivíduos ligados à campanha de Donald Trump.

Segundo a imprensa norte-americana, a investigação criminal, que arrancou em Julho do ano passado e conforme Comey avisou pode prolongar-se por meses e até anos, conheceu avanços significativos nos últimos dias – ao ponto de o chefe do FBI ter feito um pedido ao Departamento de Justiça a requisitar mais recursos para responder à aceleração do processo. “A principal preocupação de Comey era informação que poderia servir de prova de um possível conluio”, escreveu o jornal The Wall Street Journal, citando fontes do FBI.

Esta quinta-feira, numa audiência no Congresso, o director interino do FBI, Andrew McCabe, garantiu aos legisladores que a investigação vai continuar indiferente ao tumulto político provocado pela saída de Comey. “Nada impedirá os homens e mulheres do FBI de cumprir a sua missão, que é proteger o povo americano e respeitar a Constituição”, sublinhou.

A investigação do FBI não foi a única que conheceu progressos nos últimos dias. No Senado, um inquérito que está a ser conduzido pelo comité de serviços secretos (cuja maioria das audiências decorre à porta fechada) embateu na renitência de Michael Flynn, o general que Donald Trump escolheu para dirigir o Conselho Nacional de Segurança e se demitiu 18 dias depois de tomar posse, por ter mentido sobre os seus contactos com dirigentes russos.

Depois de intimar Flynn (que chegou a pedir garantias de não acusação para colaborar com as investigações) a apresentar todos os documentos solicitados, o presidente do comité, o republicano Richard Burr, avisou que os senadores continuarão a trabalhar “tão agressivamente quanto possível”.

Além dos registos de Flynn, o comité de serviços secretos do Senado pediu a colaboração da divisão de crimes financeiros do Departamento do Tesouro para obter informação sobre indivíduos ligados à campanha presidencial de Donald Trump e à sua Administração: por exemplo, o seu genro Jared Kushner, que é conselheiro da Casa Branca, e que também manteve contactos com indivíduos ligados ao regime de Vladimir Putin (nomeadamente o director de um banco russo que foi abrangido pelo pacote de sanções imposto por Barack Obama à Rússia depois de anexação da Crimeia).

Outros três nomes, todos eles envolvidos na campanha de Trump, estão na mira dos senadores e das autoridades. O lobbyista de Washington Paul Manafort, que foi o director da campanha e que no âmbito da sua consultadoria política trabalhou para oligarcas russos e outros indivíduos da esfera do Kremlin; Roger Stone, o milionário amigo pessoal de Trump que foi um consultor informal da campanha e se suspeita poderá ter tido conhecimento das acções de pirataria informática dos servidores do Partido Democrata que deram origem à informação divulgada pela Wikileaks; e Carter Page, que também trabalhou informalmente para eleger Trump e cuja actividade suspeita levou o FBI a pôr a hipótese que fosse um agente russo.