PSD quer ouvir Centeno sobre falta de fiscalização das transferências para offshores

PS rebate acusação e diz que sociais-democratas estão a “criar factos alternativos”

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O vice-presidente da bancada do PSD António Leitão Amaro voltou a responsabilizar o actual Governo por não ter fiscalizado a maioria das declarações de transferências de dinheiro para offshores e pediu a audição do ministro das Finanças. Momentos depois, o deputado socialista Eurico Brilhante Dias respondeu: “Há limites para a criação de factos alternativos para distorcer a realidade”.

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O vice-presidente da bancada do PSD António Leitão Amaro voltou a responsabilizar o actual Governo por não ter fiscalizado a maioria das declarações de transferências de dinheiro para offshores e pediu a audição do ministro das Finanças. Momentos depois, o deputado socialista Eurico Brilhante Dias respondeu: “Há limites para a criação de factos alternativos para distorcer a realidade”.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, António Leitão Amaro insistiu na ideia de que 18 das 20 declarações entregues ao fisco relativas a transferências para paraísos fiscais “só podiam ter sido fiscalizadas pelo actual Governo” contrariando as afirmações há 15 dias do primeiro-ministro. “António Costa fez declarações bastante imprudentes, fazendo acusações de que não tinha havido fiscalização no tempo do anterior Governo”, afirmou.

O deputado adiantou outro motivo “estranho” para pedir para que Mário Centeno seja ouvido no Parlamento. “Por que é que não foram fiscalizadas as declarações anteriores a 2011?”, questionou. Já foram aprovadas as audições dos ex-ministros das Finanças do anterior Governo PSD/CDS sobre esta matéria, mas que só deverão acontecer depois de concluído o trabalho da Inspecção-Geral de Finanças. O mesmo deverá aplicar-se à marcação da audição de Mário Centeno.

A acusação do PSD foi de imediato rebatida pelo PS. Eurico Brilhante Dias argumentou com o atraso na entrega ao fisco das declarações das transferências. “Uma declaração de 2012 foi entregue em 2016, o que significa que chegaram ao Governo em funções com três anos de atraso. Se isto é escrutínio adequado, nós discordamos”, afirmou. O deputado rejeitou, assim, responsabilidades do actual Governo no escrutínio das declarações e considerou que a acusação do PSD “é uma manobra política descarada”.