Presidente da câmara de Valongo "feliz" por "se ter feito justiça" em caso de difamação

Celestino Neves, condenado ao pagamento de indemnização ao autarca, vai recorrer da decisão.

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O tribunal obrigou o deputado independente Celestino Neves a retratar-se publicamente Adriano Miranda

O presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, manifestou-se esta quarta-feira "feliz" por "se ter feito justiça", reagindo à condenação de um deputado independente da Assembleia Municipal daquele concelho por difamação.

"Sou um cidadão que é presidente de câmara e não pode estar diminuído porque alguém se lembra de lhe lançar insultos ou difamações. (...) Tenho o direito como cidadão e como autarca de pedir justiça e fico feliz por se fazer justiça", disse à agência Lusa José Manuel Ribeiro.

O deputado independente da Assembleia Municipal de Valongo Celestino Neves foi, esta quarta-feira, condenado a uma multa de 1.820 euros por difamar o presidente da câmara e a pagar indemnizações de oito mil euros ao visado e de dez mil ao município.
Além disso, o Tribunal de Valongo condenou o arguido a retratar-se publicamente e pedir desculpas na sua página pessoal do Facebook, no seu blogue "A Terra Como Limite" e em dois jornais, um de âmbito nacional e outro regional.

O autarca José Manuel Ribeiro (PS) processou Celestino Neves, eleito na sua lista nas últimas autárquicas - que, entretanto, se desvinculou do partido - por ter levantado suspeitas no seu blogue sobre a câmara e o presidente quanto à alteração do Plano Director Municipal (PDM) para que fosse possível construir, em Alfena, uma plataforma logística de uma empresa privada.

Em reacção a esta condenação, José Manuel Ribeiro vincou que "todos têm direito ao bom nome, à boa imagem e à honra".
"Esperava que se fizesse justiça. O direito à honra é algo muito importante na vida em sociedade", resumiu o presidente da câmara de Valongo, distrito do Porto.

Esta quarta-feira, à saída da audiência de julgamento, Celestino Neves disse que irá recorrer da sentença até às últimas instâncias porque é "injusta".

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