"Isto é um negócio que dá muito dinheiro a muita gente"

O barracão em Pedrogão, no concelho alentejano da Vidigueira, que durante os últimos quatro meses albergou dezenas de imigrantes "sem condições" está agora vazio. À sua volta são ainda visíveis os sinais da presença destas pessoas, na sua maioria de nacionalidade romena, que vieram a Portugal para trabalhar na apanha da azeitona. Manuel Narra, presidente da Câmara da Vidigueira, referiu que o proprietário do espaço, uma oficina de reparação automóvel, é emigrante na Suíça mas que “acaba por ser um elo nas redes mafiosas, que aproveitam as casas devolutas”.

O autarca deste concelho alentejano espera que seja implementado um “plano de acção” que deverá estar a funcionar antes do próximo mês Outubro, pico da imigração. O autarca não quer que se repitam os problemas que têm vindo a agudizar-se desde que o regadio em Alqueva passou a necessitar de mão-de-obra imigrante.

Já Manuel Graça, inspector da Autoridade para as Condições de Trabalho que coordena uma equipa nacional de combate ao trabalho não declarado, salienta que este negócio "dá muito dinheiro a muita gente" e que está em mutação constante, facto que coloca entraves à sua fiscalização.