Governo aposta na criação de mais centrais de biomassa mas de menor dimensão

Para um melhor aproveitamento energético dos resíduos florestais, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural defendeu que "o caminho passa por centrais mais pequenas" e em maior número.

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Central de biomassa de Mortágua CARLA CARVALHO TOMAS

O Governo vai apostar na criação de centrais de biomassa de menor dimensão, relativamente à unidade de Mortágua, e envolver os municípios, revelou esta segunda-feira o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

"Mortágua é uma grande central", disse Amândio Torres, frisando que, segundo o seu homólogo Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Energia, para um melhor aproveitamento energético dos resíduos florestais, "o caminho passa por centrais mais pequenas" e em maior número.

O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural intervinha em Coimbra num debate público sobre a reforma da floresta, projecto que inclui diversos diplomas e que foi apresentado pelo Governo na Lousã, em Outubro passado.

O executivo de António Costa "vai definir os locais onde deverão ser instaladas" as novas centrais termoeléctricas alimentadas por resíduos florestais diversos. Essa missão caberá especialmente a Jorge Seguro Sanches e ao próprio Amândio Torres, engenheiro silvicultor oriundo da Lousã, no distrito de Coimbra.

Perante uma plateia de cerca de 200 pessoas, entre produtores florestais, autarcas, e técnicos, o governante defendeu a importância de os municípios serem, localmente, "pivôs desse processo" de instalação de centrais de biomassa mais adequadas à realidade do país.

No âmbito da reforma florestal concebida pelo actual Governo, vai igualmente ser reforçado o papel dos municípios nas acções de arborização e rearborização.

Realçando que a reforma da floresta "não passa só por isto", Amândio Torres disse que, em cada concelho, as autarquias ainda têm sob a sua responsabilidade "apenas uma pequena parte" do território. "O resto passa-lhes ao lado", adiantou, defendendo que as autarquias "têm de começar a ser mais activas neste processo".

Amândio Torres informou que, através de uma portaria, o Governo vai estabelecer "algumas condicionantes" à plantação ou replantação de novas áreas florestais, incluindo de eucaliptos, cuja extensão total no país não deverá ser ultrapassada. 

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