Quando “o caos é bastante fotogénico”

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Um "book" para um amigo que ambicionava ser modelo foi o que levou a brasileira Angela Sairaf a entrar para o mundo da fotografia. Com apenas 18 anos, Angela foi chamada por uma agência para “fotografar todos os modelos que chegavam lá sem fotos ou com fotos más”, explica por e-mail ao P3. A partir desta oportunidade, o que era um hobby, enquanto decidia entre os cursos de Análise de Sistemas, Arquitectura e Educação Física, tornou-se a sua profissão. Após 15 anos a trabalhar para revistas e agências de modelos no Brasil e no Japão, a jovem fotógrafa seguiu para Espanha onde optou por desenvolver trabalhos de “fine art”. Como fruto deste novo lado artístico surgiu o projecto O Outro Lado de Nenhum Lado, que reúne fotos tiradas na Tailândia, Islândia, Brasil, Espanha, Jordânia, México e Marrocos. Angela prefere não definir o seu projecto com palavras, pois acredita que as imagens não têm que ter um significado único: “É sempre interessante quando as pessoas percebem as minhas fotos de uma maneira diferente de mim”. Mas deixa uma pista: “O Outro Lado de Nenhum Lado tem a ver com a manutenção da individualidade mesmo quando se é parte do 'multiverso', que engloba tudo o que existe”. Quanto aos objectos que, comumente, aparecem em sítios não habituais nas suas fotografias, Angela acredita que “o caos é bastante fotogénico”. “Quando faço uma foto, tenho a impressão de que o objecto fotografado está exactamente onde deveria estar”. A fotógrafa teve seu trabalho exposto em Guimarães, no dia 1 de Outubro, durante o Festival Noc Noc.