FMI pronto para trabalhar com qualquer Governo que saia das eleições

Vice-director para a Europa diz que “os desafios em Portugal ainda permanecem” e que o crescimento económico tem de acelerar.

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Subir Lall, à esquerda, foi o chefe de missão do FMI para Portugal Enric Vives-Rubio

“Estamos prontos para trabalhar com qualquer Governo que resulte das eleições”, garantiu Jörg Decressin, vice-director do Departamento Europeu do FMI, quando questionado sobre que impactos poderia ter um Governo minoritário no percurso de consolidação orçamental do país.

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“Estamos prontos para trabalhar com qualquer Governo que resulte das eleições”, garantiu Jörg Decressin, vice-director do Departamento Europeu do FMI, quando questionado sobre que impactos poderia ter um Governo minoritário no percurso de consolidação orçamental do país.

Jörg Decressin, que falava numa conferência de imprensa dedicada às previsões do fundo para a Europa, alertou também que “os desafios em Portugal ainda permanecem”.

“O défice orçamental e a dívida pública têm de ser mais reduzidos e o crescimento económico tem de acelerar no médio prazo”, afirmou o vice-director do Departamento Europeu do FMI, apontando ainda o endividamento privado e a falta de competitividade no mercado de trabalho entre os desafios do próximo Governo.

A instituição liderada por Christine Lagarde continua a duvidar que Portugal termine o ano com um défice abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB), estimando que se fixe nos 3,1%, acima dos 2,7% esperados pelo Governo. O Fundo prevê ainda que a dívida pública atinja os 127,8% este ano, acima dos 125,2% do PIB estimados pelo executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

Por outro lado, o FMI antecipa que a economia portuguesa cresça 1,6% - em linha com os números do Governo - e que o desemprego desça para os 12,3% este ano, estando mais optimistas que o executivo, que espera um desemprego de 13,2% no final de 2015.

A coligação formada por PSD e CDS-PP, designada Portugal à Frente, venceu com 38,55% dos votos (o que representa 104 deputados), tendo perdido a maioria absoluta, e o PS foi o segundo partido mais votado, com 32,38% (85 deputados), estando ainda por atribuir quatro assentos na futura Assembleia da República, referentes aos círculos da emigração.