Rússia prossegue raides na Síria e garante que bombardeia grupos terroristas

Comentando a notícia de que estavam a ser atacados alvos que não são do Estado Islâmico, Lavrov diz que é "infundada".

Foto
Lavrov e Kerry falaram da Sìria na quarta-feira em Nova Iorque AFP

Essa denúncia foi desmentida esta quinta-feira pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que a considerou "infundada".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Essa denúncia foi desmentida esta quinta-feira pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que a considerou "infundada".

"Há rumores de que os objectivos dos raides aéreos não foram o Estado Islâmico", disse Lavrov, citado pela AFP. O chefe da diplomacia russa disse ter falado "com toda a honestidade" ao seu homólogo dos Estados Unidos da América, John Kerry, quando na quarta-feira lhe disse que a intervenção russa foi feita apedido de Assad para "combater exclusivamente o Estado Islâmico e outros grupo terroristas".

Também disse que, ao falar com Kerry, em Nova Iorque, não tinha "qualquer informação" sobre vítimas civis.

Segundo a televisão al-Mayadeen, com sede no Líbano e financiada pelos Estados do Golfo, os raídes desta quinta-feira têm como alvo posições da aliança Exército da Reconquista no Noroeste da Síria. Este grupo é composto por combatentes islamistas e está activo em Idlib, Hama e Latakia.

Os raídes de quarta-feira visaram alvos nesta região Noroeste, sobretudo Homs e Hama, tendo sido realizadas 20 missões.

Segundo informações do grupo xiita Hezbollah (aliado de Bashar al-Assad) citadas no Financial Times, no primeiro dia da operação russa foram atingidas as cidades de Tabbisa, Rastan, Zaafaraniya e Makramiya, perto de Homs. A televisão do Hezbollah, a Manar, noticiou que foram destruídas munições, depósitos de armas e outro material na posse de "organizações terroristas". Um dos grupos alvejados, prossegue a Manar, foi o Tajamaa al-Ezza (juntos com dignidade), um grupo rebelde que tem apoio internacional, nomeadamente dos Estados Unidos, para combater o regime de Damasco.

Activistas da oposição a Assad no terreno disseram ao Financial Times que nas zonas bombardeadas existem pequenas bolsas islamistas mas que naquela área estão sobretudo grupos moderados da oposição.