Política

Um fotógrafo infiltrado no planeta Ku Klux Klan

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Johnny Milano, fotógrafo americano de 26 anos, documenta desde 2012 os grupos que defendem a supremacia branca nos Estados Unidos da América. O seu percurso teve início no contacto com um grupo racista, homofóbico e anti-semita chamado "White Socialist Movement", que lhe garantiu acesso às suas entranhas. Alguns membros deste grupo eram frequentadores dos mesmos eventos que membros dos Ku Klux Klan e o contacto traduziu-se numa preciosa ponte com a histórica organização. Milano viajou de carro por todo o território americano para assistir e documentar os os eventos de "queima da cruz" e manifestações públicas que organizaram. Embora raramente se tenha sentido intimidado, Johnny Milano descreve que foi ameaçado por um dos membros, que prometeu "partir-lhe o pescoço" caso o fotografasse a si ou algum outro membro - ameaça que não chegou a concretizar-se. "Os KKK são uma organização muito difícil no que toca a fazer fotografias mais íntimas", disse o fotógrafo à Reuters. Milano pretende com a publicação desta série de imagens lembrar-nos a todos que "a História não desaparece assim tão facilmente". Os Ku Klux Klan eram um grupo de seis milhões de membros em 1920; actualmente contam-se entre dois a três mil, de acordo com a Southern Poverty Law Centre, uma organização que monitoriza grupos extremistas nos EUA. O fotógrafo Anthony S. Karen interessou-se pelo mesmo tema e publicou no P3, recentemente, um projecto fotográfico que retrata o quotidiano dos membros desta organização.

 

No passado dia 17 de Julho membros do Ku Klux Klan manifestaram-se contra a retirada da bandeira da Confederação dos jardins do Capitólio da Carolina do Sul. A bandeira, tida por muitos como um símbolo racista e pró-escravatura, foi retirada pelo governo do estado da Carolina do Sul na sequência do massacre de Charleston que vitimou nove pessoas de raça negra. Dylann Roof, o responsável pelo massacre, tinha várias fotografias nas redes sociais envergando a bandeira da Confederação, o que conferiu ao seu crime contornos racistas. Ana Maia