A importância das camisas dos Interpol

Dizer que os Interpol são a grande banda do cartaz do NOS Primavera Sound 2015 pode ser exagerado, tendo nomes históricos como Patti Smith ou Einstürzende Neubauten, mas pelo menos pode-se dizer que são a que tem as melhores camisas. Ao longo dos anos eles envergaram-nas impecavelmente e quase sempre pretas. Sobretudo o vocalista Paul Banks. Um tipo que teve sempre “outra na manga”. Porque se até aqui os videoclipes da banda foram sendo realizados por grandes nomes da matéria (Patrick Daughters, Charlie White, etc, etc), os do último álbum “El Pintor” foram assinados por ele mesmo. Só, ou em parceria. E o gajo tem olho! Sejam documentais ou performativos, são sempre bem fotografados. O que aqui se destaca, “Everything Is Wrong”, em coautoria com Carlos Puga, mais de metade é um filme em “mockumentário” da vida estilosa da banda em Nova Iorque, menos ele próprio. Claro, todo maganão, sabendo-se que tem um projeto a solo, como Julian Plenti, e era conhecida a sua faceta de Dj de hip-hop: DJ Fancypants. Mais! O sacana tem a lata de abrir o vídeo com o rabo da namorada: uma tal de Helena Christensen, ex-top model que fazia destas ceninhas em videoclipes idos, e expõe frequentemente os seus próprios projetos de fotografia documental. Estão a ver a importância de eles terem classe? Comprovem-na no festival ou vejam os outros videoclipes. Importa lá dizer também que agora o som deles está até mais sedoso. Ah!... As camisas, as camisas!

Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor