Maioria PSD/CDS admite que formação inicial tem de melhorar

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A PACC tem sido muito contestada por professores e sindicatos Fernando Veludo/NFactos

Nenhum dos deputados contactados pelo PÚBLICO admitiu ter respondido ao enunciado da prova, apesar de alguns reconhecerem que o leram na íntegra ou em parte.

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Nenhum dos deputados contactados pelo PÚBLICO admitiu ter respondido ao enunciado da prova, apesar de alguns reconhecerem que o leram na íntegra ou em parte.

Isilda Aguincha, do PSD, defende a existência da prova de avaliação como meio de credibilização da escola pública, mas admite ter ficado “preocupada” com os resultados da PACC. Pelo CDS, Michael Seufert lembra que as respostas em que os professores mais erraram eram as que “exigiam mais raciocínio”. O partido defende este tipo de prova desde 2008, mas o deputado sublinha que o importante é que “os resultados da prova tenham efeito nos cursos de formação inicial de professores para que esta seja eficaz”. Pelo contrário, o deputado socialista Acácio Pinto “reprova a prova” e mantém que os professores com classificação acima de Bom devem estar dispensados de a fazer.

Nas bancadas mais à esquerda, Heloísa Apolónia do PEV, admite ter lido apenas uma parte dos enunciados e atribui à intenção do próprio Ministério o facto de haver um elevado número de respostas incorrectas: “O conceito da prova está construído para eliminar professores, mesmo aqueles que tiveram bom aproveitamento na formação inicial e que tiveram bons resultados no exercício da profissão”.

O Bloco de Esquerda optou por responder apenas à pergunta sobre se defende a revogação da prova. O deputado Luís Fazenda considera que a prova é “estruturalmente incompatível com uma avaliação das capacidades de um professor para leccionar” e cita o parecer negativo do conselho científico do Iave (Instituto de Avaliação Educativa) sobre as provas anteriores.

O PCP não respondeu ao PÚBLICO em tempo útil.