São as pessoas e não as ideias

Enquanto somos jovens e a vida nos transforma, vamos desenvolvendo alguns conceitos disruptivos que se transformam em ideias capazes de criar mudança

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Luke MacGregor/Reuters

Enquanto somos jovens e a vida nos transforma, vamos desenvolvendo alguns conceitos disruptivos que se transformam em ideias capazes de criar mudança, o tal "game-changing" de que tanto de fala. No entanto, isso costuma vir também acompanhado do medo do plágio e de que outros façam fortuna ou fama com as nossas criações.

Hoje estou aqui para vos dizer que, na minha opinião, não se devem preocupar com roubos de ideias! Atenção: se vocês forem bons isso vai acontecer de certeza mas quando vos roubarem alguma ideia ou copiarem algo por vós criado não se preocupem assim tanto porque o que mais interessa num projeto, numa empresa, numa instituição, não são as ideias mas sim as pessoas que as executam todos os dias. Não me interpretem mal: dá muito jeito que as ideias sejam boas, originais e inovadoras mas são as pessoas que fazem realmente a diferença numa organização, seja ela qual for.

É isto que tanto os representantes de instituições, como os donos de empresas e os governantes devem entender rapidamente. Se vêem alguém com uma ideia que realmente acham interessante, analisem bem a pessoa que tem essa ideia e, caso essa pessoa vos pareça competente e, acima de tudo, tremendamente apaixonada pela ideia, comprem a ideia e contratem a pessoa para gerir esse negócio porque, em regra, só assim vão conseguir tirar lucro a sério dali. Se plagiarem a coisa e colocarem alguém não apaixonado a gerir, a probabilidade do negócio correr bem é pequena.

Se me derem a escolher entre investir num negócio com uma ideia fantástica mas com trabalhadores e um líder pouco capazes e desmotivados ou investir numa ideia perfeitamente corriqueira com trabalhadores e um líder altamente motivados, felizes e com uma garra fenomenal, meto o meu dinheiro no segundo projeto sem sequer pestanejar.

Talvez quando percebermos isto abrandemos com os concursos de ideias (centenas neste momento em Portugal) e comecemos a fazer concursos de competência a gerir negócios, marcas, associações, fundações, etc. No fundo, deixar de olhar tanto para o que nos prometem (as ideias) e começar a olhar para aquilo que temos à nossa frente (capacidade de trabalho e entrega).

Por isso, apresentem sem medo as vossas ideias em concursos de ideias (já que eles existem aproveitem-nos) ou juntem pessoas que vocês julgam que são fantásticas e que se podem apaixonar realmente pela vossa ideia e sigam para a guerra do mercado!

Vão ter algumas surpresas “along the way”, mas isso tem um nome: vida.

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