Teatro Rivoli, no Porto, volta a dançar a partir de 12 de Setembro

O "O Rivoli Já Dança!" decorre entre 12 de Setembro e 20 de Dezembro. Vai ser uma antecâmara daquilo que virá a ser a programação do teatro municipal para 2015

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Paulo Pimenta

O programa "O Rivoli Já Dança!", entre 12 de Setembro e 20 de Dezembro, marca a devolução do teatro municipal ao Porto, que a autarquia quer que seja um espaço "popular e cosmopolita" e com um enfoque na dança.

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O programa "O Rivoli Já Dança!", entre 12 de Setembro e 20 de Dezembro, marca a devolução do teatro municipal ao Porto, que a autarquia quer que seja um espaço "popular e cosmopolita" e com um enfoque na dança.

O espectáculo de arranque está a cargo a Companhia Nacional de Bailado (CNB), que apresenta esta sexta-feira e sábado "Mozart Concert Arias", uma peça da responsabilidade da coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker, estreada no Festival d'Avignon em 1992, que agora foi remontada para a CNB e que consiste numa mescla de dança e ópera. A direção musical é de Massimo Mazeo.

O vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, antecipou que espera que este seja o palco do "desassossego e da inquietação", querendo que o Rivoli seja um espaço com uma programação "popular e cosmopolita", apresentando "propostas locais, nacionais e internacionais".

O "O Rivoli Já Dança!", que decorre entre 12 de Setembro e 20 de Dezembro, é assim uma antecâmara daquilo que virá a ser a programação do teatro municipal para 2015, essa sim da responsabilidade do director do Rivoli, Tiago Guedes, que não quis ainda antecipar as propostas para o próximo ano.

Sobre as recentes polémicas na Câmara do Porto que envolveram também uma entrevista do director artístico do Rivoli, ambos os responsáveis desvalorizaram esses acontecimentos, tendo o vereador garantido que com ele "a cultura não será politizada nem partidária".

"Não estou a fazer uma programação para o [CDS-]PP nem para o Bloco de Esquerda. Estou a fazer uma programação para a cidade", garantiu.

Questionado sobre o orçamento para o "Rivoli Já Dança!", Paulo Cunha e Silva optou por não avançar valores para estes três meses e meio de programação, uma vez que "falar de orçamento quando se está a discutir outro orçamento [da autarquia para 2015] pode criar entropia".

Paulo Cunha e Silva realçou aquele que considera ser um aspecto político importante, que se prende com a existência de um passe para todos os espectáculos deste programa (com a excepção dos concertos de Sérgio Godinho, a 1 de Novembro, e de Dead Combo, a 12 de Dezembro) por 25 euros, o que diz ser um "exercício de cidadania", uma aposta na captação de públicos e um "prémio da reabertura do teatro".

Com enfoque na dança — o que dará o mote para ser esta a arte central na programação do Rivoli — destaque para o espectáculo de abertura do programa, dias 12 e 13 de Setembro, pela Companhia Nacional de Bailado e com coreografia de Anne Teresa de Keersmaeker intitulado "Mozart Concert Arias" — un moto di gioia".

Né Barros, fundadora do Balleteatro, faz a estreia nacional de dois espectáculos no teatro municipal no dia 20 de Novembro, tendo hoje na apresentação do programa considerado que este é um momento "tocante" já que sente que já um novo lugar para o Porto.

Dia 25 de Outubro chega ao Rivoli a estreia nacional do espectáculo de teatro "Teorema", onde 12 "skaters" e um acordeonista dividem o palco com o actor e encenador John Romão, inspirado no filme homónimo de Pier Paolo Pasolini.

Olga Roriz também regressa ao Rivoli e apresenta, a 3 de Dezembro, o solo "Os olhos de Gulay Cabbar", uma peça de 2000, uma retrospectiva, que a bailarina espera que seja a abertura para que a companhia volte a visitar o Porto. O encerramento de "O Rivoli Já Dança!" está a cargo de um espectáculo denominado "Atlas Porto", um teatro "como activação da cidadania" onde 100 habitantes da cidade do Porto com 100 profissões diferentes sobem ao palco para "um enorme livro do desassossego".

Texto actualizado às 12h00 do dia 10 de Setembro de 2014