Jerónimo diz não ver diferenças políticas substanciais entre Costa e Seguro

Em entrevista à Antena 1, secretário-geral não esclareceu se PCP terá um candidato próprio ou se apoiará uma solução mais abrangente.

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Nuno Ferreira Santos

“Quanto às questões de quem lidera, nós não temos nem prego nem estopa, mas o PS preocupa-nos no sentido da dimensão política daquilo que o PS defende. E aí, objectivamente, não vejo diferenças”, disse Jerónimo de Sousa, em entrevista a Antena 1.

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“Quanto às questões de quem lidera, nós não temos nem prego nem estopa, mas o PS preocupa-nos no sentido da dimensão política daquilo que o PS defende. E aí, objectivamente, não vejo diferenças”, disse Jerónimo de Sousa, em entrevista a Antena 1.

O líder do PCP admitiu existirem “diferenças pontuais” entre os dois candidatos à liderança do PS, o actual secretário-geral, António José Seguro, e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, mas rejeitou que defendam políticas substancialmente diferentes.

“Existem diferenças pontuais de modelo, de forma, mas naquilo que é estruturante não vemos, nem por parte de António Costa nem por parte de Seguro, diferenças substanciais”, reconheceu.

“Não é uma questão de caras. O nosso problema qual é? O PS todo, seja com Seguro ou com o António Costa, subscreveu o memorando de entendimento com as consequências que teve para o nosso país. O PS todo está de acordo e apoia o tratado orçamental, a união bancária e, no essencial, as privatizações”, acrescentou.

Questionado sobre os encontros com forças vivas de esquerda, para discutir a situação política e analisar alternativas, Jerónimo de Sousa esclareceu: “Quando falamos em convergência, falamos em convergência política, não falamos em convergência eleitoral”.

“Como diz o nosso povo, amigo não empata amigo”, disse, referindo que em relação ao Bloco de Esquerda “no plano político tem existido avanços e até progressos, por parte do próprio BE”.

“Creio que esta questão da renegociação ou reestruturação [da dívida] como o Bloco lhe chama, embora diferenciada aqui e acolá da proposta do PCP, é uma evolução do próprio BE, que se benzia três vezes quando falávamos desta matéria”, sustentou.

Sobre as eleições presidenciais, Jerónimo de Sousa não esclareceu se o PCP avançará com uma candidatura própria ou apoiará uma solução mais abrangente, referindo que a questão está a ser discutida internamente.

“É uma decisão que ainda não está tomada, uma discussão que ainda não está feita, apenas lhe posso dar esta garantia, com base na tese congressual, de que o PCP dará sempre uma boa contribuição para que na Presidência da República esteja alguém que defenda e cumpra e faça cumprir a Constituição da República”, afirmou.

Jerónimo de Sousa acrescentou: “Não temos aqui nenhuma regra de princípio que esteja colocada em causa, haverá apreciação colectiva e encontraremos a melhor solução. Se a melhor solução for apresentar um candidato apoiado pelo PCP, assim o faremos”.