Optimus Alive: à procura do palco perfeito

Um roteiro para não te perderes entre os mais de 120 artistas que, de 10 a 12 de Julho, passam pelo Passeio Marítimo de Algés

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A 8.ª edição do festival que enche o Passeio Marítimo de Algés de boa música está quase a começar. Para evitar deixar tudo para a última hora (quem se tramou com o bilhete de dia 10 sabe do que estou a falar), impõe-se traçar um roteiro e eleger, de entre mais de 120 artistas, os que não queremos definitivamente perder. Aqui fica uma sugestão de percurso:

Dia 10

Para os sortudos portadores do bilhete de quinta-feira vale a pena chegar cedo a Algés. Antes das 18h já Noiserv, o admirável projecto do português David Santos, estará em palco. Mesmo que seja apenas para ouvir “I Was Trying to Sleep When Everyone Woke Up”, compensa o calor que se vai sentir (diz que vão estar mais de 30.º C) e perder (só) o início de Ben Howard que vai estar, logo às 18h, no Palco NOS.

Às 18h55 há, no entanto, fortes razões para voltar ao palco Heineken: o rock cosmico-psicadélico dos britânicos Temples vai fazer-se ouvir. E depois é regressar ao palco NOS para ouvir o tão "easy listening" folk dos norte-americanos The Lumineers.

Luísa Teixeira da Mota

















Às 20h temos de optar entre o indie rock dos The 1975, que se estreiam em Portugal, e a batida do produtor Hendrik Weber, mais conhecido por Pantha du Prince, no Palco Clubbing (pessoalmente, voto no último).

Depois das dez, os nova-iorquinos Interpol sobem ao palco NOS num espectáculo aguardado por muitos, depois de três anos sem visitas ao nosso país. Antes de dar as boas vindas a Alex Turner e à sua banda, responsável por ter feito esgotar os bilhetes de dia 10, vale a pena ir ouvir o peculiar som da portuguesa Sequin ao Raw Coreto. Depois de Arctic Monkeys, o melhor mesmo é aterrar no palco Clubbing e ficar a abanar a cabeça ao ritmo do jovem produtor britânico Jamie XX.

Dia 11

Segunda dia de festival. As dificuldades para escolher um palco continuam. Mas aqui vai uma tentativa: chegar às 18h para ouvir a espanhola Russian Red e ficar no palco Heineken para ouvir o talento dos portugueses For Pete Sake.

A deslocação para o Palco NOS é às 20h30 para ouvir a dupla norte-americana MGMT e, às 22h25, chegam os The Black Keys que tocam, pela segunda vez, em solo nacional.

À meia noite, o trio feminino de Brooklyn que (para variar) já se confessou fã de Portugal, Au Revoir Simone, está no Palco Heineken e meia hora depois os Buraka Som Sistema, com novo disco acabado de lançar, sobem ao palco NOS. Uma hora depois, o projecto electrónico de Aaron Jerome, SBTRKT, estremece o palco Heineken. Para os mais resistentes, às 3h, o canadiano Caribou sobe ao mesmo palco — há dois anos tinha estado no palco Optimus.

Dia 12

No último dia do festival a proposta é começar a tarde com o projecto português You Can’t Win Charlie Brown e, logo a seguir, ouvir a melancólica melodia de Cass McCombs e voltar aos anos 90 com o rock alternativo dos The War On Drugs no palco NOS. No mesmo palco, antes das 21h, os britânicos Bastille aumentam o ritmo do festival e estreiam-se em Portugal, mas às 21h15 impõe-se trocá-los pelo projecto americano-neozelandês Unknown Mortal Orchestra. Estreantes em Portugal, os Foster The People tocam às 22h25 e, à meia-noite, perdoem-me se vou trocar os The Libertines pela batida de Jungle no NOS Clubbing.

Depois da 1h, não há dúvidas na escolha: uma excelente barba e um incrível som estão no palco Heineken. Chet Faker já seduziu o público português — o australiano Nicholas Murphy é um dos artistas mais aguardados deste festival. A noite acaba em grande com um copo na mão e a batida de Nicolas Jaar.

Em suma: este roteiro oferece-vos indie rock de qualidade, alguma dose de rock psicadélico e um electro de excelência.

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